Meu caro Leitor, leia com atenção estas palavras do início do Primeiro Livro dos Macabeus:
Naqueles dias, brotou uma raiz iníqua, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Naqueles dias, apareceram em Israel pessoas ímpias, que seduziram a muitos, dizendo: “Vamos fazer uma aliança com as nações vizinhas, pois, desde que nos isolamos delas, muitas desgraças nos aconteceram”. Estas palavras agradaram, e alguns do povo entusiasmaram-se e foram procurar o rei, que os autorizou a seguir os costumes pagãos. Edificaram em Jerusalém um ginásio, de acordo com as normas dos gentios. Aboliram o uso da circuncisão e renunciaram à aliança sagrada. Associaram-se com os pagãos e venderam-se para fazer o mal. Então o rei Antíoco publicou um decreto para todo o reino, ordenando que todos formassem um só povo, obrigando cada um a abandonar seus costumes particulares. Todos os pagãos acataram a ordem do rei 43e inclusive muitos israelitas adotaram sua religião, sacrificando aos ídolos e profanando o sábado. No dia quinze do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, Antíoco fez erigir sobre o altar dos sacrifícios a Abominação da desolação. E pelas cidades circunvizinhas de Judá construíram altares. Queimavam incenso junto às portas das casas e nas ruas. Os livros da Lei, que lhes caíam nas mãos, eram atirados ao fogo, depois de rasgados. Em virtude do decreto real, era condenado à morte todo aquele em cuja casa fosse encontrado um livro da Aliança, assim como qualquer pessoa que continuasse a observar a Lei. Mas muitos israelitas resistiram e decidiram firmemente não comer alimentos impuros. Preferiram a morte a contaminar-se com aqueles alimentos. E, não querendo violar a aliança sagrada, esses foram trucidados. Uma cólera terrível se abateu sobre Israel.
Era o século II antes de Cristo. Os judeus estavam sob o domínio grego. Agora surgia um maluco, um megalomaníaco, que desejava impor a cultura grega ao povo de Deus. Releia o texto, meu Leitor: o drama foi tremendo! A escolha era simples e dramática: ou se aderia à cultura grega, abandonando a santa Lei de Deus ou se morreria de morte tremenda! As palavras finais do texto sagrado dizem tudo: “Uma cólera terrível se abateu sobre Israel!”
Meu coração fica pensando... Como pode o Senhor Deus permitir uma escuridão dessas, uma atrocidade assim contra o seu Povo? – Senhor, por que ages assim? Por que tantos momentos de silêncio, de escuridão, de tremendo desamparo para os teus? Por que, Senhor teus caminhos nos são tão difíceis? Por que tuas sendas nos são tão imperscrutáveis? – E eu suplico, meu Leitor, suplico tanto e tantas vezes ao Deus Santo – incompreensível, grande demais para podermos sondar seus desígnios – que sustente minha fé! Que nas escuridões da vida, quando as realidades que me cercam parecem sem sentido, parecem gritar que não há nada além de um tremendo absurdo, eu creia, eu ame, eu espere no meu Deus, no Santo de Israel, Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Mas, tremo de medo de não ter a coragem daqueles que resistiram pela fé, daqueles que permaneceram firmes na Lei do Senhor: preferiram morrer a renegar a fé de seus pais, preferiram perder tudo, até a vida, a desprezarem a santa Aliança. Também hoje, pouco a pouco, conservar a fé vai se tornando um desafio sempre maior. Como no tempo dos Macabeus, não somente o mundo pagão zomba da nossa santa fé católica, mas dentro da própria Igreja há tantos que vivem, pensam, falam e agem como quem não crê de verdade!
Sejamos francos: quem de nós já não se escandalizou escutando de irmãos nossos de fé – até mesmo de religiosos e ministros ordenados – palavras ásperas em relação à Igreja, à nossa santa religião, ao Santo Padre, etc? Como dói, como causa desânimo tais atitudes, tais infidelidades, tais covardias daqueles que deveriam ser os primeiros a amar a Igreja e a ela servirem com lealdade e amor!
Meditando neste texto tremendo dos Macabeus, cheio de temor, peço ao Senhor que sustente a minha fé! Lembre, Irmão de caminho, companheiro de fé: ontem como hoje o Reino sofre violência, ontem como hoje somos chamados a não somente crer no Senhor mas também a sofrer por ele!
Coragem! Deus não muda! Quem nos chamou é fidelíssimo! O Senhor que deu perseverança aos santos da época dos Macabeus dará também a nós a mesma coragem, a mesma fortaleza para não renegarmos nossa fé e mantermos firmes a nossa esperança! “Quem vos chamou é fiel; é ele quem vai agir!”
Como consolo, deixo-lhe este belo poema de Santa Teresa, na voz da Ir. Kelly Patrícia:
Parabéns Pedro Henrique pelo teu blog. Este artigo em particular me chamou a atenção.
ResponderExcluirUm abraço
Nelson.
Desculpe Pedro, troquei teu nome, claro é Pedro Eduardo!
ExcluirQue bom que você gostou, fico feliz e acesse sempre! Deus abençõe.
Excluir