sexta-feira, 9 de setembro de 2011

37 – Parresía: “Gigante Adormecido”

O episódio de hoje vem em resposta às várias perguntas recebidas após o episódio da semana passada: “Legalização do aborto no Brasil”.
Muitos nos escreveram perguntando: O que nós católicos podemos fazer?
Primeiro, é necessário dar-nos conta que somos um “Gigante Adormecido” que se acordado tem mais força do que qualquer instituição, partido ou grupo de pessoas.
Segundo, perceber que dentro da Igreja existem muitos lobos em pele de cordeiro. Que querem nos convencer que nada podemos fazer diante do mal que se aproxima. Traidores de Cristo e de sua Igreja.
Terceiro, devemos nos unir ao redor de Pedro, o Santo Padre Bento XVI. Ele é o nosso ponto de união. Devemos seguir a sua voz que já nos enviou em missão contra às forças da morte.
Nossa mensagem é para todos: cardeais, bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas e leigos.
Somos a força mais impressionante e poderosa deste mundo. Somos o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos Católicos!!!



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dom Fernando Guimarães faz visita pastoral a Cidade de Calçado - Diocese de Garanhuns



Nosso Bispo Diocesano, Dom Fernando Guimarães, inicia hoje, dia 8 de setembro, a VISITA PASTORAL à Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, em Calçado. Até o próximo domingo, dia 11 de setembro, Dom Fernando estará em contato com a realidade paroquial, celebrando na Igreja matriz, visitando as comunidades rurais e reunindo-se com os diversos setores pastorais que compõem a realidade viva daquela parcela de nossa Igreja Diocesana, bem como encontrando-se com toda a sociedade. Acompanhemos, na oração, a Visita Pastoral.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O fenômeno da “Joelhofobia” pode e deve ser evitado.



No simbolismo litúrgico oficial da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o ato de ajoelhar é o mais significativo gesto corporal de adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, Presente Verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar em Corpo, Sangue, Alma e Divindade (Catecismo da Igreja Católica, 1373-1381). 

Tenho escutado, entretanto, repetidos relatos de situações que fiéis católicos tem passado tanto aqui no Brasil como em outros países, diante de sacerdotes e ministros da comunhão eucarística que tem negado ministrar o Corpo de Nosso Senhor a quem deseja recebê-Lo ajoelhado, muitas vezes determinando que o fiel se levante em plena fila da Sagrada Comunhão, fazendo-o passar por uma situação humilhante e constrangedora e gerando um escândalo enorme. Mas o que diz a lei da Santa Igreja a respeito disso? 


A este respeito, a Sagrada Congregação para os Sacramentos e Culto Divino publicou, em Julho de 2002 um documento proibindo a atitude de sacerdotes que negam ministrar a Comunhão a quem deseja receber Nosso Senhor ajoelhado. Diz o documento: "A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (...) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (...) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (...) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral." (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003. 

Também a instrução Redemptionis Sacramentum, instrução publicada pela mesma congregação em 2004, determina: "Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé." (RS, 91) 


Com efeito, a forma tradicional que a Santa Igreja tem de receber o Corpo de Nosso Senhor é de joelhos (e diretamente na boca), em sinal de adoração a Nosso Senhor. Se as normas litúrgicas atualmente permitem que se receba o Corpo de Nosso Senhor em pé, é preciso que tenhamos clareza que, se por um lado a concessão torna isso moralmente lícito, por outro lado isto é uma concessão à regra tradicional, e que aqueles que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo. 

Vejo ainda muitos afirmarem que também na Consagração Eucarística deve-se permanecer em pé e não ajoelhado, e muitos afirmam inclusive que aprenderam isso em Cursos de Liturgia (!). Mas também quanto a isso a lei da Santa Igreja é clara em afirmar na Instrução Geral no Missal Romano que os fiéis estejam "de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração." (IGMR, 43) 


Temos então, nestas situações em que citamos, algo como se fosse uma "joelhofobia", em desacordo com o senso litúrgico e em desobediência explícita à lei da Santa Igreja. E escuto para isso argumentações como: "Deve-se estar não de joelhos, mas em pé como sinal de prontidão"; ou "A Eucaristia é banquete e ninguém come ajoelhado"; ou ainda "A Eucaristia é para ser comida, não para ser adorada". Ora, todas estas argumentações estão equivocadas! 

A Consagração e a Comunhão Eucarística são, antes de qualquer coisa, momentos sublimes de adoração, pois a Hóstia Consagrada é a Presença Real de Nosso Senhor; já dizia Santo Agostinho, Doutor da Santa Igreja: "Ninguém coma desta Carne se antes não A adorou." A Santa Missa é a Renovação do Único e Eterno Sacrifício de Nosso Senhor, e embora tenha uma dimensão de banquete e ceia, é um banquete essencialmente sacrifical, que perde totalmente o sentido se não reconhecermos nele a dimensão de Sacrifício. Na Santa Missa não nos alimentamos de uma comida qualquer como em um banquete ou ceia comuns, mas sim do Carne e do Sangue de Nosso Senhor, escondidos sob a aparência do pão e do vinho. Por isso nos ensinou o saudoso Papa João Paulo II que não se pode esquecer que o "banquete eucarístico tem também um sentido primário e profundamente sacrifical" (Mane Nobiscum Domine, 15). 


Ocorre que, na atual crise doutrinária e litúrgica que vivemos, muitos "católicos" ditos "progressistas" negam ou obscurecem a Presença Real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento do Altar e o caráter sacrifical da Santa Missa, vivendo-a como se fosse um simples banquete, ceia, festa ou reunião social. Sobre isso, lamenta o saudoso Papa João Paulo II na sua fabulosa encíclica Ecclesia de Eucharistia: "...às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico; despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesma. Além disso, a necessidade do sacerdócio ministerial, que se fundamenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio. (...) Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande para suportar ambiguidades e reduções." (EE 10) 

Consequência natural disso é a desvalorização e o desaparecimento, em muitos lugares, do sinais e símbolos litúrgicos que expressam a fé católica no que diz respeito ao Santo Sacrifício da Missa, tais como: os paramentos litúrgicos, as velas, o incenso, a genuflexão, o dobrar os joelhos e assim por diante. 


É necessário uma nova tomada de consciência entre os católicos, para que, em obediência ao Sumo Pontífice Gloriosamente Reinante - o Papa Bento XVI, o Santo Sacrifício da Missa seja conhecido e valorizado em sua essência, seus sinais e símbolos sejam também valorizados e as leis litúrgicas sejam, de fato, obedecidas, contrapondo-nos a isto que é como se fosse uma "joelhofobia" e a todos os demais abusos litúrgicos, para a Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

36 Parresía: “Legalização do aborto no Brasil”

No Parresía de hoje Pe. Paulo Ricardo nos fala do infeliz caminho que o nosso país está trihando em direção a legalização do aborto. A estratégia para atingir este satânico objetivo consiste em calar a voz dos religiosos.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

XXIII Domingo Comum – Ano A



Ez 33,7-9
Sl 94
Rm 13,8-10
Mt 18,15-20

Nossa meditação da Palavra do Senhor neste Domingo pode ser desenvolvida em cinco afirmações. Ei-las:
(1) Cristo está presente na sua Igreja; jamais a deixará, “pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”. Caríssimos, quantas vezes tal afirmação foi distorcida como se bastasse que uns quatro gatos pingados se reunissem com a Bíblia e aí estaria Jesus. Nada disso! O sentido é exatamente o contrário. Aqui, neste capítulo 18 de São Mateus, Jesus está falando sobre a vida da Igreja, comunidade que ele fundou e entregou aos apóstolos, tendo Pedro por chefe. Os dois ou três aos quais se refere o Senhor são os líderes da Comunidade que vão decidir a questão do irmão que não quer ouvir os outros e divide a Comunidade! O que a Igreja liga ou desliga na terra – e são os pastores (os Bispos com o Papa) que têm, em última análise, essa responsabilidade – o Senhor ratifica no céu: “Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu!” A autoridade que Cristo deu a Pedro de um modo todo especial, deu-a, aos demais Bispos, os pastores autênticos da sua Igreja, em comunhão com Pedro. Pois bem, onde dois ou três, como Igreja, estiverem reunidos em nome do Senhor, ele estará ali, ratificando suas decisões. Que fique claro: não se pode agradar a Cristo, ser-lhe fiel, rompendo com a sua Igreja! Ela, por mais que seja frágil por causa da nossa fragilidade, é a Comunidade que o Senhor reuniu, sustenta e na qual se faz presente atuante!
(2) Essa Igreja é uma Comunidade de amor. O amor cristão não é simplesmente amizade ou simpatia humana, mas o fruto da presença do próprio Espírito de Amor, o Espírito Santo em nós: “O amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado!” (Rm 5,5) É desse amor que fala São Paulo no capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios; é esse amor que “cobre uma multidão de pecados” (Tg 5,20), é esse amor que é “a plenitude da Lei”. Só ama assim quem se abre para o amor de Cristo, deixando-se guiar e impregnar pelo seu Espírito de amor! Ora, caríssimos, a Igreja deve ser o ambiente impregnado desse amor, mais forte que nossas diferenças de temperamento, de opiniões, de modo de agir… Onde está o amor, a caridade, Deus aí está; onde o amor reina, o Reino de Deus está presente neste mundo! A Igreja deve ser o lugar do amor, lugar do Reino!
(3) Essa Comunidade de amor é Comunidade de compromisso, de responsabilidade no seguimento de Cristo. Por isso, não se pode usar o amor para acobertar a covardia, a tibieza, a frieza para com o Senhor e os irmãos e os demandos na Comunidade! O amor é exigente: “O amor de Cristo nos impele” (cf. 2Cor 5,14). A infidelidade ao amor a Cristo e aos irmãos é, precisamente, o pecado, que gera a divisão, a desunião, que faz sangrar a Igreja. Por isso Jesus nos exorta à correção fraterna, desde aquela simples, feita entre irmãos, até a correção formal e mais solene, feita pelo Bispo ou até mesmo pelo Papa, como Chefe Supremo da Igreja de Cristo neste mundo: “Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo; se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas; se ele não der ouvido, dize-o à Igreja”. Muitas vezes, vê-se confundir amor e misericórdia com a covardia ou o comodismo de não corrigir. Ora, caríssimos, a correção é um modo de amar, é um modo de preocupar-se com o outro e com a Comunidade que é ferida pelo pecado e o mau exemplo. A correção pode salvar o irmão. Quantos escândalos nas nossas Comunidades poderiam ter sido evitados se houvera a correção no momento oportuno e do modo discreto e sincero que Jesus nos recomenda. Isso vale para a Igreja menorzinha, que é nossa família doméstica, vale para o grupo do qual participamos, vale para a paróquia, a diocese e a Igreja universal (não a “do Reino de Deus”, mas a de Cristo!), espalhada por toda a terra. A omissão em corrigir é covardia, é falta de amor à Comunidade que é a Igreja, é pecado de omissão e desatenção pelo irmão. Certamente, tal correção deverá ser feita sempre com amor, com discernimento, com caridade fraterna. São Bento, na sua Regra, dá um preceito encantador: “In tribulationem subvenire” – poderíamos traduzir assim: “socorrer na tribulação”. Mas, a palavra latina é subvenire: vir por baixo, vir de baixo. Ou seja, socorrer sim, corrigir sim, mas com a humildade de quem vem por baixo para sustentar, amparar e ajudar, para salvar; não vem com a soberba de quem está por cima para massacrar! Corrigir, sim, mas como Deus, que em Jesus, veio por baixo, na pobreza do presépio e na humilhação da cruz! Aí a correção terá mais chance de surtir efeito!
(4) Na Comunidade de amor às vezes pode ser necessária a punição. Pode ser que não surta efeito a correção fraterna; pode ser que aquele que é corrigido teime na sua dureza de propósito e repouse no erro. Jesus mesmo prevê tal possibilidade no Evangelho de hoje. E, então, o próprio Senhor exorta a que tal irmão seja punido. Que escândalo para a nossa mentalidade atual! O pobre do Papa Bento XVI, antigo Cardeal Ratzinger, sabe o quanto foi difamado porque teve que impor penalidades a teólogos ou outros irmãos que, após a correção, não se emendaram! A nossa tendência é somente recordar do Senhor as palavras que agradam! No entanto, a punição na Igreja não é pela vingança ou o desafogo, mas deverá ser sempre medicinal, isto é, para produzir o arrependimento e a correção, restabelecendo a paz na Comunidade e a salvação do irmão. Que os pais tenha a coragem de corrigir, os Bispos e o Santo Padre também. Aliás, de João Paulo II e Bento XVI, sabemos que a têm, graças a Deus!
(5) Qual o fruto de uma comunidade assim? A saúde fraterna: a alegria de viver como irmãos: “Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão!” Oh, que palavra tão doce: ganhar o irmão! Eis aqui o motivo último da correção fraterna! Pensemos bem, caríssimos: a Igreja não é um clube de amigos, mas uma família de irmãos em Cristo! É o amor do Senhor Jesus Cristo que nos une. A alegria da comunhão fraterna somente será experimentada na sinceridade das nossas relações. Correção, sim; crítica destrutiva, murmuração, difamação, não! Neste sentido, todos nós precisamos fazer um sério exame de consciência, seja em nível de família, como naquele de grupos e paróquias e, até mesmo, de Diocese!
São esses os aspectos que a Palavra de Deus nos põe hoje. Recordemos a exortação do Senhor pela boca de Ezequiel: se não corrigirmos o irmão e ele morrer no seu pecado, a culpa é nossa; se ele se corrigir, ganhamos o irmão: viveremos nós e viverá ele – eis a marca do Reino de Deus neste mundo! Que ele aconteça em nossas comunidades! Amém.

A Bíblia: nas palavras, a Palavra



Para os católicos do Brasil, este é o mês da Bíblia. A razão é simples: 30 de setembro é memória litúrgica de São Jerônimo, grande estudioso da Sagrada Escritura, que, no século IV, traduziu toda a Bíblia do hebraico e do grego para o latim, popularizando a Palavra de Deus. Essa tradução tornou-se tão difundida que recebeu o apelativo de “vulgata”, isto é “popular”.
A Bíblia não é um livro único; é uma coleção de 72 escritos, produzidos num arco de cerca de 1.300 anos. Neles está contida a Palavra de Deus, porque foi o próprio Espírito do Senhor que, misteriosamente, como só ele sabe fazer, inspirou tudo quanto os autores sagrados escreveram. É um incrível e admirável mistério: por trás das palavras humanas dos autores daqueles textos está a Palavra única do próprio Deus. As palavras da Sagrada Escritura são tão humanas: há erros gramaticais, erros de história, erros de ciência; há o modo de escrever próprio de cada autor humano e até mesmo seu modo de pensar pode ser descoberto naqueles dizeres tão humanos... Na grande maioria dos casos, nem mesmo os autores sagrados imaginavam que o que estavam escrevendo eram textos inspirados pelo Senhor... Foi o povo de Israel no tempo da antiga aliança e, depois, nestes tempos da nova e eterna aliança, foi a Igreja católica, inspirada pelo Espírito que permanece nela e a conduz sempre mais à verdade plena, quem foi discernindo quais escritos eram inspirados por Deus e quais não eram... Só a Igreja tem a autoridade de fazer esse discernimento; e ela o fez, com a autoridade que o Senhor lhe concedeu e a assistência divina do Espírito Santo que Cristo Jesus lhe garantiu.
Mas, que se esteja bem atento: Deus não se revelou na Bíblia! Revelou-se na história do povo de Israel e, na plenitude dos tempos, revelou-se de modo pleno na Pessoa de Jesus Cristo, o próprio Filho eterno feito carne, feito homem. A Palavra de Deus por excelência não é a Bíblia; é Jesus Cristo, o Verbo, a Palavra que se fez carne e habitou entre nós! A Bíblia nos traz o testemunho dessa revelação: ela é palavra de Deus porque nos traz a Palavra que é Jesus; de modo que nas palavras da Bíblia, encontramos a Palavra de Deus e esta Palavra é o nosso bendito Salvador, Jesus Cristo! Do Gênesis ao Apocalipse a mensagem última das Escrituras Sagradas é sempre Jesus: Jesus prometido, preparado e anunciado no Antigo Testamento; Jesus aparecido, entregue, contemplado, aprofundado, adorado e proclamado no Novo Testamento. São João da Cruz, num de seus escritos, assim imagina o Pai nos falando: “Já te disse todas as coisas em minha Palavra; põe os olhos unicamente nele; porque nele tenho dito e revelado tudo, e nele encontrarás ainda mais do que desejas saber. Este é o meu Filho amado: escutai-o”.
Assim sendo, não cremos na Bíblia; cremos em Jesus e só a ele adoramos! Não amamos Jesus por causa da Bíblia; amamos a Bíblia por causa de Jesus! É ele o centro, é ele a Palavra única do Pai! Quando escutamos, quando lemos as Escrituras e nelas meditamos, em última análise é Jesus mesmo que encontramos, com sua salvação, sua vida, sua plenitude, aquela da qual recebemos graça sobre graça! Por isso, no caminho de Emaús, em cada Missa e até mesmo em cada vez que entramos em contado com a Sagrada Escritura, Jesus mesmo nos fala dele e nos revela no texto sagrado tudo quanto diz respeito a ele e ao plano de salvação do Pai que ele, o Filho amado, veio realizar.
Assim é que a Igreja, escutando as Escrituras, escuta o próprio Deus que nos fala em Jesus e tudo quanto ali está escrito torna-se uma palavra viva para nós, tudo quanto Deus revelou na história do seu povo e maximamente em Jesus Cristo, torna-se presente na vida da Igreja e na nossa, que somos membros do seu Corpo. Pensando bem, é impressionante pensar que Deus nos fala: fala à sua Igreja, fala a cada um de nós, na sua Palavra que é Jesus!
Mas, a Escritura somente revela o rosto do Senhor e desvela seu amor divino a quem a escuta com um coração fiel e humilde. O curioso, o soberbo, o descuidado, nada encontrará a não ser uma coleção de textos antigos, do passado... No entanto, quando escutamos e lemos essas santas palavras - que trazem a Palavra que é Jesus - em docilidade ao Santo Espírito e em comunhão com a santa Igreja, então, a Escritura torna-se doce como o mel, luminosa como o sol do meio-dia, profunda como o céu e cortante como espada de dois gumes. Mas, atenção: a Escritura não foi dada a cada pessoa de modo privado, individual... A Sagrada Escritura foi dada à Igreja e somente é Palavra viva na vida da Igreja Povo de Deus! Ouvir ou ler a Escritura fora da mente e do coração da Igreja é ser condenado a não colher seu sentido unitário e profundo. Ela é como um álbum e família, o álbum da nossa família. Alguém estranho à família pode pegar as mesmas fotos, olhá-las, saber os lugares e as situações documentados nas fotografias... Mas, somente quem é da família sentirá o coração vibrar, somente quem vivenciou aquelas histórias, com aquelas tonalidades e acentuações pode realmente compreender o sentido das fotos... É assim com a Bíblia: nascida na Igreja, confiada à Igreja para guardá-la, ouvi-la, meditá-la, amá-la, celebrá-la na Eucaristia (Palavra feita carne na carne de Cristo) e levá-la ao mundo como anúncio e testemunho de Jesus Salvador, somente na Igreja pode ser colhida em todo o seu sentido e verdade. Fora da Igreja, a Escritura é palavra feita pedaços, feita confusão, é texto submetido ao capricho de mil pretextos, que o desvirtua e faz esconder mais que revelar o verdadeiro rosto de Jesus.
Experimente: tome a Escritura (pode ser a leitura da Missa de cada dia), escute-a com o coração, medite-a com amor e procure escutar o que o Senhor diz à Igreja e a você. Sua vida encher-se-á de nova luz – aquela luz que é o próprio Cristo, Palavra do Pai!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A "Casulafobia"



Antes do Concílio Vaticano II, me parece que os sacerdotes eram mais piedosos ou tinham medo de errar ou desobedecer a alguma norma prevista pelo Missal Romano ou ditado por algum livro oficial da Santa Sé. Mas após o Concílio essas normas(para o novo Rito )também são encontradas no novo missal de Paulo VI. E por que observamos diversos sacerdotes que não seguem quase nenhuma rubrica ou norma litúrgica? Será que nos seminários não se ensina mais liturgia como no “tempo tridentino” ?

Até onde eu sei a cadeira de liturgia é obrigatória pelo direito Canônico nos cursos semináristicos e de bacharelado em Teologia. Creio o que mudou foi as ideologias ensinadas através da Teologia da Libertação e pelo liberalismo maléfico embutido nas mentes dos seminaristas durante a formação e de padres idosos. Antes se ensinava o respeito e obediência pelo que a Santa Sé determinava hoje em dia depois dessas heresias penetradas em nossa conjuntura eclesial pós Vaticano II. É ensinado que normas litúrgicas é coisa para o Papa e os chamados “tradicionalistas”. O que sabemos que não é!

Será falta de interesse dos padres de procurarem nos livros o que é certo ou errado fazer, durante a Missa ou outro ritual da liturgia romana? Creio que também podemos salientar essa questão problemática, enfrentada principalmente nos países latino-americanos. Que é fortemente influenciado pela Teologia da Libertação. Observamos essa falta de interesse principalmente pelos padres que viveram o tempo do extremo rigor e dedicação a liturgia romana. Parece ironia, mas a maioria dos sacerdotes que celebraram por muitos anos em tridentino, hoje não seguem da mesma forma esse rigor no Rito Novo.

O mau exemplo, muitas vezes é do próprio bispo ou outro superior hierárquico. Que se faz de cego ou omisso em relação ao que se deve fazer na liturgia da santa missa ou em outro ritual. Na Ortodoxia Oriental, fazer algo de errado na liturgia ou modificá-la é o mesmo que pecar. Garanto se esse pensamento fosse embutido na mente dos idosos e novos sacerdotes teríamos o resplendor e disciplinamento litúrgico em toda a Igreja Romana (Latina).

Muitos defendem um liberalismo provocado pelo próprio Concílio Vaticano II, o que uma breve leitura nos documentos oficiais veremos que isso não existe. Existem sim exceções singelas autorizadas pela Santa Sé a algumas culturas locais (como na Africa). Que não tem comparação com o abuso e aberrações que observamos em muitas dioceses através de fotos na internet, vídeos e observações pessoais. Algumas vezes são erros básicos que não eram para acontecer. Tudo em nossa vida exige normas, ao dirigir um carro por exemplo temos de passar as marchas certas nas horas certas, ao operar uma maquina, o computador um sistema entre outras coisas. Na Liturgia é a mesma coisa, o missal em seu inicio vem com o que chamamos de Instrução Geral do Missal Romano. Que deve ser lido pelo padre no período em que ele foi seminarista e depois de ordenado em tempos e tempos. Pois as vezes esquecemos de tantas regras a serem seguidas. A prática nos ajuda a não esquecer de tais normas e também a preparação da liturgia consultando o missal e os livros litúrgicos.



O “Casulofobia” foi um termo que eu inventei para caracterizar o motivo seguindo uma explicação psicológica para o não uso da casula por alguns padres. Seria uma fobia , um medo, aversão de usar casula. Alguns padres só usam casula no domingo ou na festa do padroeiro(a). O que não tem nenhuma base oficial documental. O único indulto que temos noticia que foi conferido a CNBB em 1971, foi a opção de usar casula para presidir a Missa, quando essa for realizada fora de um templo (igreja) ou oratório. Mesmo assim é uma opção.


Fala-se neste caso de um misto entre alva e casula ou mesmo só a túnica e a estola por cima. Só que alguns padres entenderam que isso valeria para a celebração dentro da igreja, o que é errado!


O que ensina o Missal romano? Vejamos:


Para o sacerdote: alva(ou túnica),estola e casula ou planeta(IGMR 119),


A veste própria do sacerdote celebrante, tanto na missa como em outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola.(IGMR, 337)


Os concelebrantes vestem, na secretaria ou noutro lugar adequado, os paramentos que usam normalmente ao celebrarem a missa. Se houver motivo justo, como, por exemplo, grande número de concelebrantes e escassez de paramentos, podem os concelebrantes, exceto sempre o celebrante principal, dispensar a casula ou planeta, e usar apenas a estola sobre a alva.”(IGMR, 209)


Ou seja, para presidir a Santa Missa, o padre ou bispo é obrigado a usar casula, seja essa missa até mesmo privada a comunidade religiosa ou seminaristica.

Alguns padres religiosos até mesmo não usam a Alva. Preferem transformar o habito religioso como se fosse uma alva e usar a estola por cima da mesma. O que é proibido! (na foto)


Rezemos que esses padres mudem de atitude e que os novos padres sigam o que diz o missal e a Santa Sé.

Está reprovado o uso de celebrar, ou até concelebrar, só com a estola em cima da cógula monástica (nota do autor:., hábito religioso), em cima da batina ou do traje civil. (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Liturgicae Instaurationes, 8 c)
O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada liturgia e de que NÃO lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da missa. (Sacrosanctum Concilium, 22 / Instrução Geral do Missal romano (Edição 2002) , 24 )

domingo, 28 de agosto de 2011

XXII Domingo Comum – Ano A


Jr 20,7-9
Sl 62
Rm 12,1-2
Mt 16,21-27
O Evangelho deste Domingo reflete um momento crítico da vida do Senhor Jesus. Ele sabe que será massacrado por seus inimigos, sabe que a vinda do Reino de Deus passaria pelo desastre da cruz. Agora, anuncia isso aos apóstolos: iria sofrer e morrer para ressuscitar. Pedro não compreende como isso possa ser possível, não aceita tal caminho para o Mestre: “Deus não permita tal coisa, Senhor!” Eis que drama, caríssimos: a atitude de Pedro é a de muitos de nós: não compreendemos o caminho do Senhor, seu sofrimento e sua cruz.
Esse caminho do Senhor está presente na nossa vida; e nós não somos capazes de acolhê-lo, de perceber aí o misterioso desígnio de Deus. Nossa lógica, infelizmente, é tão mundana, tão terra-terra, tão presa à humana racionalidade. A dura reprimenda do Senhor a Pedro vale também para nós: “Tu és para mim pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens”. Não nos iludamos: trata-se de duas lógicas sem acordo: não se pode abraçar a sede louca do mundo de se dar bem a qualquer custo, de possuir tudo, de viver sempre no sucesso e no acordo com todos e, ao mesmo tempo, ser fiel ao Evangelho, tão radical, tão contra a corrente. Vale para nós – valerá sempre – o desafio de Jesus: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida?” Caros, olhem o Cristo, pensem no seu caminho e escutem a palavra do Senhor a nós, seus discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la!” Renunciar-se, tomar a cruz por causa de Jesus... por causa dele! Não há, não pode haver outro caminho para um cristão! Qualquer outra possibilidade é ilusão humana!
Caros meus, estejamos atentos, que o Deus de Jesus – e o próprio Jesus é Deus! – nos coloca em crise. Nosso Deus não é um Deus fácil, manipulável, domesticável: ele seduz, atrai, e sua sedução no coloca em crise porque nos faz pensas as coisas de Deus, não as dos homens e isso nos faz nadar contra a corrente. Por mais que quiséssemos, já não seria possível esquecê-lo, fazer de conta que não o encontramos um dia! É o drama do profeta Jeremias na primeira leitura deste hoje: “Tu me seduziste, Senhor!”É o que afirma o coração do Salmista: "Sois vós, ó Senhor, o meu Deus: a minha alma tem sede de vós, como terra sedenta e sem água! Vosso amor vale mais do que a vida!”
Que fazer, meus caros? Por um lado, experimentamos a sede de Deus, a vontade louca de seguir de todo o coração o nosso Senhor Jesus, por outro lado, os apelos de um mundo soberbo e satisfeito consigo mesmo, atanazam o nosso coração... que fazer? Como abraçar sinceramente a lógica do Evangelho? Há só um modo de seguir adiante, de ser cristão de verdade: o caminho da conversão. Não é um caminho fácil: é difícil, doloroso, mas libertador. São Paulo, na segunda leitura de hoje, exorta-nos a tal caminho: “Eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual” Compreendem, irmãos? Compreendem, irmãs? Seguir o Cristo é entrar no seu caminho, é, em união com ele, fazer-se sacrifício agradável a Deus, deixando-se guiar e queimar pelo Espírito do Cristo crucificado e ressuscitado. E o Apóstolo nos previne claramente: “Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito”. Não tomar a forma do mundo, não viver como o mundo, com sua maneira de pensar e de avaliar as coisas. Só assim poderemos compreender a vontade de Deus – e ela passa pela cruz e ressurreição do Senhor!
Caríssimos, pensemos bem! Os cristãos não são mais perseguidos por soldados, já não são crucificados, jogados às feras ou queimados vivos. Hoje, o mundo nos combate invadindo nossa casa e nosso coração com tanta superficialidade e tanto paganismo, acirrando nossos instintos e explorando nossas fraquezas; hoje o mundo nos ataca nos ridicularizando, fazendo crer que o cristianismo é algo do passado, opressor e castrador... Quantos cristãos – até padres, freiras e teólogos – enganam-se e enganam pensando que se pode dialogar com o mundo... O mundo crucificou Jesus; o mundo crucifica o Evangelho; o mundo nos crucificará se formos fiéis ao Senhor. Estamos dispostos a pagar o preço? “O que poderá alguém dar em troca de sua vida?”
A única atitude realmente evangélica diante do mundo é o anúncio inteiro do Cristo, com todas as suas exigências - sem disfarçar, sem esconder, sem se envergonhar... E isso com paciência, com amor, com todo respeito.
Levantemo-nos, meus caros! Sigamos o Senhor até a cruz, para estar com ele na ressurreição. Amém.

sábado, 27 de agosto de 2011

35 Parresía: “Jornada Mundial da Juventude 2011″

O mundo todo acompanhou a realização de mais um Dia Mundial da Juventude. Ao contrário das expectativas dos meios de comunicação e do próprio Satanás, o encontro reuniu uma multidão de jovens ao redor do Sumo Pontífice.
A Igreja Católica, neste evento, deu um testemunho de que está mais viva do que nunca. A grande mídia, vendo o triunfo da Igreja, mais uma vez tenta desviar a atenção do que verdadeiramente acontecia para enfocar pequenas manifestações contrárias.
Seguindo a intuição do beato João Paulo II, a Igreja quer continuar a sua missão, resgatando jovens das mãos do inimigo para novamente confiá-los à mão misericordiosa de Deus.


Juiz de Fora terá a 1ª paróquia dedicada a João Paulo II

A Arquidiocese de Juiz de Fora vai ter a primeira paróquia do Brasil, autorizada pela Santa Sé, com o nome de Beato João Paulo II. O anúncio foi feito nessa quarta-feira, 24, pelo Arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, durante a Atualização do Clero da Província Eclesiástica de Juiz de Fora. A festa oficial de criação da Paróquia (com matriz na Rua Jeci Firmino Pinheiro, 30, bairro Nova Era) acontece no dia 22 de outubro.

Nesta semana, Dom Gil, recebeu a confirmação de Roma de que esta é a primeira paróquia autorizada do Brasil a ter o nome do Beato João Paulo II. De acordo com o arcebispo, outras dioceses do Brasil fizeram o pedido de criação de paróquia com o nome do saudoso Papa, mas a Igreja Particular de Juiz de Fora foi a primeira a fazer a solicitação. No dia 1º de julho deste ano, o Vaticano enviou um decreto autorizando a Arquidiocese a criar uma paróquia dedicada ao novo beato.

O sacerdote nomeado para a comunidade é padre João Francisco Batista da Silva que já iniciou o serviço pastoral na nova comunidade no dia 18 de maio deste ano (na época ainda sem definição de padroeiro). “Antes de fazer o pedido ao Vaticano, Dom Gil conversou com povo para saber a opinião deles. É uma alegria muito grande e uma honra termos a primeira paróquia do Brasil que vai prestar essa homenagem”, relata.

De acordo com as normas da Igreja, a veneração a um beato é restrita, ou seja, não é toda paróquia que pode celebrar a festa, apenas aquela que o tem como padroeiro. Assim o sacerdote acredita que o olhar de todo o Brasil vai se voltar para a cidade por estar recordando o saudoso Pontífice.

A comunidade resulta da divisão do território da atual Paróquia Nossa Senhora de Fátima (bairro Santa Cruz). Além de Nova Era, ela abrange os bairros: Jardim dos Alfineiros, Santa Lucia, Nova Era II e Jardim Santa Isabel.