segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PT e Dilma são o pai e a mãe das mentiras e da corrupção.

No dia 22 de outubro de 2010, escrevemos que “O PT é o Partido da Mentira e da Morte” . Escrevemos isso porque o PT mentiu no TSE para obter a apreensão dos documentos, apelidados pejorativamente de “panfletos”, que são legítimos, legais e verdadeiros, e porque o PT defende o assassinato de crianças inocentes, no útero de suas mães, através da a liberação do aborto.

Como fizemos em 2006 e 2008, antes das eleições presidenciais de 2010, escrevemos um documento denominado “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, publicado em 01.07.2010, para orientar o voto dos fiéis de Guarulhos contra os candidatos contrários aos princípios cristãos, entre eles a candidata à presidência Dilma Rousseff, favorável à liberação do aborto.

Posteriormente, a seção regional de São Paulo da CNBB, denominada CNBB-Regional Sul-1, que representa e compreende as 41 Dioceses do estado de São Paulo, produziu o documento denominado “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, assinado por três Bispos, no qual orientou o voto contra os candidatos partidários da liberação do aborto. A CNBB-Regional Sul-1 liberou a impressão do documento para todas as Dioceses, pastorais e organizações que defendem os princípios cristãos, para que o distribuíssem a quem quisessem.

A candidata Dilma Rousseff e seu grupo político pediram, ao Tribunal Superior Eleitoral, a apreensão dos documentos – “panfletos” – impressos, que ainda estavam na gráfica, sob duas alegações mentirosas: que o documento era falso e que havia crime contra o PT e contra a candidata Dilma, porque o documento dizia que o PT sempre defendeu a liberação do aborto.

A propagação contínua da mentira pelo PT e seus aliados nas eleições de 2010 – os partidos comunistas seguem a máxima do líder propagandista de Hitler, Joseph Goebbels, segundo a qual “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”, foi tão forte que até utilizou o Bispo de Jales, Dom Demétrio Valentini, para conceder entrevista a jornal de Guarulhos e dizer que nós tínhamos cometido ”crime eleitoral”.

Provamos, no TSE, que o documento assinado pelos três Bispos é verdadeiro e provamos que o PT e a candidata Dilma defendem, sim, a liberação do aborto. E o Ministério Público Federal garantiu que não praticamos crime eleitoral e pediu a devolução do material para a Diocese de Guarulhos. O TSE mandou a Polícia Federal devolver o material apreendido. A documentação está todinha em nosso blog, www.domluizbergonzini.com.br. A Igreja Católica tem o direito legítimo de defender o Evangelho e seus princípios, em qualquer época.

Naquele momento e de repente, a candidata Dilma Rousseff, para enganar os católicos e cristãos, se declarou “devota” de Nossa Senhora Aparecida e até foi ao Santuário da Padroeira do Brasil. Se católica ou cristã fosse, ela deveria ter promovido uma missa antes de sua posse como presidente. Quem é católico, não precisa se envergonhar de sê-lo.

Se devota de Nossa Senhora Aparecida fosse, teria, como todos os devotos têm, uma imagem da Mãe de Jesus Cristo em seu gabinete de trabalho. Em vez disso, no seu primeiro dia de trabalho, ela mandou retirar Jesus Cristo Crucificado e a Bíblia do seu gabinete.

Aguardamos, ansiosamente, que ela comparecesse em Aparecida, no dia 12 de outubro de 2011, para demonstrar sua devoção a Nossa Senhora Aparecida e mostrar para todos os brasileiros e para o mundo que ela não havia enganado os cristãos brasileiros para obter votos em 2010. E que, pelo menos, confessasse e comungasse. Porém, nada disso aconteceu.

O povo brasileiro está enredado por mentiras. Já vimos acima o caso da apreensão ilegal dos documentos da Igreja, nas eleições de 2010. No caso das mortes maternas dizem, mentirosa e preconceituosamente, que as mulheres morrem por serem negras ou pobres; na verdade elas morrem pela precariedade do SUS e do sistema de saúde que lhes é oferecido (Brasil recebe condenação inédita da ONU por morte materna).

A mentira gera ou tenta esconder a corrupção e interesses escusos. Lula apresentou Dilma como “gerentona” do governo, que sabia de tudo e conhecia todos os ministros. Nunca antes na história deste país houve tantos ministros, nomeados pelo presidente da república, afastados por denúncias de corrupção (AQUI).

O povo brasileiro está tentando lutar contra as mentiras e a corrupção. Os brasileiros somente conseguirão combatê-las se começarem, como digo sempre, a “dar nomes aos bois”, ou dar os nomes dos pais e da mães das mentiras e da corrupção.

Lembram-se como antigamente davam nomes aos bois? Era assim: Fora Ditadura, Fora Collor, Fora FHC, e tantos outros “foras”. Agora, os brasileiros precisam fazer o mesmo. No caso do governo federal, os nomes do pai e da mãe das mentiras e da corrupção, ou maracutaias, como diziam antigamente, ou malfeitos, como dizem agora, são o PT e Dilma. No caso dos governos estaduais, os nomes são os dos governadores. E no caso dos governos municipais, os nomes são os dos prefeitos.

As pessoas estão com medo de dar os nomes dos responsáveis. Não tenham medo de dizer: Fora PT, Fora Dilma, Fora (Fulano de Tal), seja governador, prefeito, deputado, vereador, enfim, fora todos os que consomem até 69 bilhões de reais em atos de corrupção, sugados dos impostos pagos com muito sacrifício pelos brasileiros. Fora os que querem afastar o povo dos princípios morais cristãos e mantê-lo sem educação, sem segurança e, principalmente, sem atendimento de saúde suficiente para garantir uma vida digna para cada brasileiro – a vida é uma dádiva divina-, desde o momento da fecundação até a morte natural na velhice.

“NÃO LEVANTARÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA TEU PRÓXIMO”.(Ex 20,16) é o mandamento. Levantar falso testemunho é mentir, como mentiram na época das eleições e continuam mentindo.

Chega de mentiras! Chega de corrupção!

Não tenham medo! Vamos, juntos, restaurar os princípios morais cristãos e Mudar o Brasil.

22.11.2011

Dom Luiz Bergonzini
Bispo Diocesano de Guarulhos

sábado, 26 de novembro de 2011

I Domingo do Advento – Ano B


Mais uma vez, irmãos caríssimos, a bondade do Senhor nos dá a graça de iniciarmos um Ano Litúrgico com este sagrado Tempo do Advento. Como todos sabeis, nestas duas primeiras semanas das quatro que nos preparam para o Santo Natal, a Igreja nos recorda que o Senhor, que veio a Belém, virá no final dos tempos como Juiz, na sua bendita Parusia, isto é, na sua Vinda gloriosa. E é essencial, amados irmãos, que os cristãos nunca esqueçam isto: o Senhor virá, e o caminho da criação e a corrida da nossa vida neste mundo são uma peregrinação ao seu Encontro. Nada nem ninguém tem neste tempo, nesta existência, morada permanente: caminhamos para o Senhor, somos filhos daquele Dia bendito, Dia do Cristo Senhor! Sabemos que “a noitedeste mundo vai adiantada e o Dia vem chegando”, Dia de luz, Dia de salvação, Dia no qual o Reino que Cristo plantou com seu piedoso nascimento, morte e ressurreição, haverá de se manifestar com toda a sua força e toda a sua glória! Por isso mesmo, como são belas as palavras da antífona de entrada, colocada no Missal para esta primeira Missa do novo Ano da Igreja: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado; pois não será desiludido quem em vós espera!”Eis a atitude do cristão diante deste Dia que vem, Dia que é o próprio Cristo glorioso: caminhar bem firme neste mundo com a alma elevada para o Senhor, sabendo que ele virá ao nosso encontr, e nossa existência é uma preparação para este momento – por isso mesmo a oração inicial desta Celebração eucarística pedia a Deus a graça de “acorrermos com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem”. Sigamos, portanto, meus caríssimos, sigamos o conselho do santo Apóstolo: “Procedamos honestamente; revesti-vos do Senhor Jesus Cristo!” Neste tempo entre seu Natal e sua Parusia, vivamos uma vida de contínua conversão: “Nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades”, nada de egoísmo que nos fecha aos irmãos, nada de descaso para com os mais fracos e feridos desta nossa vida! Se vivermos realmente assim, com os olhos fitos nAquele que vem, conscientes de que caminhamos para ele e dele dependemos, tudo ganha um novo sentido, meus caros, e nós teremos uma verdadeira liberdade e maturidade diante dos desafios da vida!
Irmãos meus em Cristo Jesus, diante de tantos sinais de impiedade e desprezo de Deus e da dignidade humana no mundo atual, muitos de nós pensam que o mundo está perdido, parecendo uma nau sem rum; muitos talvez sejam tentados a perder a esperança e a não mais ver que o Senhor dirige a história humana. Não, caríssimos: o mundo foi definitivamente salvo pelo Senhor, o mundo caminha para o Cristo Jesus, Princípio e Fim de tudo – esta é uma certeza certíssima da nossa fé cristã! Neste sentido, como não nos encher de esperança e paz escutando as palavras de Isaías profeta, que falava pensando na vinda do Messias – vinda em Belém e vinda no final dos tempos? O que diz o Profeta? Que mistério anuncia? Que esperança suscita em nosso coração? “Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da Casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todos os povos. De Sião provém a Lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor.” Que significam estas palavras, meus irmãos? Esta Casa do Senhor colocada no mais alto dos montes é o novo Israel, a Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito; esta Igreja, nossa Mãe católica, da qual vem a Lei (não mais a de Moisés, mas a lei do Espírito que dá vida, a lei do amor); dessa Casa do Senhor vem a Palavra, que é o próprio Cristo, anunciado na Liturgia e dado e recebido nos sacramentos! Como é impressionante, quanto é consolador escutar o Profeta anunciando que a esta santa Casa do Senhor “acorrerão todas as nações”. Sim, pois o desejo do nosso Deus é que, crendo em Cristo e recebendo o santo Batismo,“todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). O cristão não deve impor sua fé a ninguém, mas também não deve nunca deixar de anunciar com a palavra e testemunhar com a vida esta esperança que se encontra em Cristo Jesus, Salvador de todos e único Caminho da humanidade. É nossa missão de discípulos de Cristo: sermos seus missionários, sermos suas testemunhas, anunciando o seu santo Nome e a salvação que ele trouxe a toda a humanidade!
Pois bem, meus amados, caminhemos neste mundo como aqueles que têm esperança porque alicerçaram em Deus e no seu Cristo a sua vida! Como seria triste, quão grande seria a infidelidade nossa se, esquecidos daquilo que o Senhor nos promete e nos prepara, nos entregássemos a uma vida leviana, acomodada, morna, desatenta ao amor do Senhor e aos seus apelos! Como seria grave pecado de nossa parte simplesmente viver e pensar e agir como os outros, que sem conhecerem a Cristo, não têm esperança! Jesus nos exorta gravemente a que vigiemos, a que estejamos sempre atentos à sua Vinda: Vinda no Fim dos tempos, mas também aquelas vindas de cada dia, nos tantos apelos que ele nos faz!
Falando desta Vinda, que advertências tão sérias ele nos dirige no Evangelho deste hoje: “A Vinda do Filho do Homem, isto é, do Juiz de tudo, será como no tempo de Noé: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca” – em outras palavras: a Vinda do Senhor acontecerá no dia-a-dia de nossa vida, de modo que devemos viver à luz desse Dia, como filhos desse Dia! E mais: “Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada”. Compreendeis, irmãos? Estarão trabalhando no campo ou moendo no moinho, fazendo coisas tão normais, tão pequenas, tão de cada dia, como nós… E, no entanto, o Senhor virá inesperadamente… E vede que este Dia será de discernimento, de discriminação, de separação: um será levado com o Senhor; outro será deixado longe do Senhor, na perdição!
Caríssimos, cuidemos de viver de tal modo que não sejamos deixados! Fiquemos atentos, não durmamos, como aqueles que não têm fé! Quem dorme? Dorme quem vive no pecado, dorme quem repousa na infidelidade, dorme quem justifica sua mediocridade espiritual, dorme quem não leva o Senhor a sério, dorme quem não rompe com as obras das trevas! Não durmamos: vigiemos! “Vigiai, porque não sabeis a que hora vem o vosso Senhor!” Que este santo Advento nos dê a graça de retomarmos a fé, o ânimo e o espírito de vigilância, para estarmos preparados para o encontro com Aquele que vem.  Amém

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sou teu soldado, Senhor, e carrego confiante a tua espada!


Visita Pastoral a Quipapá



Nosso Bispo Diocesano, Dom Fernando Guimarães, estará realizando mais uma Visita Pastoral a uma Paróquia da Diocese. A Visita Pastoral é um momento forte da vida diocesana, quando o Pastor se encontra com os fieis da comunidade, em uma partilha mais intensa e um conhecimento mais de perto da realidade local.  Nos dias 24 a 27 do mês de novembro de 2011, tocará à Paróquia  de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Quipapá, que tem como Pároco o Revmo. Padre Marcelo Protázio, viver este evento diocesano. Acompanhemos com nossa oração este momento importante da vida eclesial daquela comunidade. Apresentamos, a seguir, a programação da Visita Pastoral.

Quinta-feira, dia 24 de novembro de 2011

19h00 – Acolhida na Igreja Matriz
19h30 – Santa Missa de abertura da Visita Pastoral

Sexta-feira, dia 25 de novembro de 2011

8h00 – Visita à Creche Municipal
9h15 – Visita ao Colégio Estadual
12h00 – Almoço
15h00 – Visita ao Colégio Municipal
19h30 – Visita à Capela Alto São Sebastião, com a celebração da Santa Missa

Sábado, dia 26 de novembro de 2011

8h00 – Casa Paroquial: reunião administrativa com o Conselho Econômico, com a presença do Ecônomo Diocesano
10h00 – Visita à Feira da cidade
14h00 – Visita à Capela do Engenho Água Branca
16h00 – Visita à Comunidade Fazenda Santo Antônio
19h30 – Igreja Matriz: celebração da Santa Missa, com instituição de Ministros da Sagrada Comunhão
20h30 – Igreja Matriz: encontro com os jovens

Domingo, dia 27 de novembro de 2011

8h00 – Igreja Matriz: celebração da Santa Missa dominical
9h30 – Visita à Capela da Usina Água Branca
10h30 – Visita à Capela Povoado Taboquinha
12h00 – Almoço de encerramento

O Santo Advento


O Advento abre o novo ano litúrgico da Igreja e nos prepara para o Natal.
Este tempo é composto por quatro semanas. Neste período, a Igreja pode muito bem exprimir seus sentimentos com as palavras da esposa do Cântico dos Cânticos: «Eis a voz do meu Amado! Ele vem correndo pelos montes... Meu Amado é meu e eu sou dele!» (2,8s.16). Ele vem vindo, o Amado, «porque Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único» (Jo 3,16) para ser o Esposo da humanidade, o Salvador do mundo. O Autor da Epístola aos Hebreus exprimiu isso de modo muito profundo: «Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos» (1,1-2). Efetivamente, Deus já não nos manda um mensageiro, um intermediário, um presente... Ele vem pessoalmente no seu Filho, vem ele mesmo ser o Emanuel, o Deus-conosco! Por isso o homem pode ter a certeza que não mais está só, que não mais pode se sentir desamparado, esquecido, perdido... Apesar de tanta dor e sofrimento ainda existentes no nosso mundo!
Mas, aprofundemos um pouco mais. O Advento insiste e celebra e espera do Salvador. Sim, porque ele foi esperado. E esperado ansiosamente, de modo que não é somente o Enviado do Pai, mas também o Esperado por nós! Mais que o vigia pela aurora, mais que a terra pelo sol nascente, mais que a flor pelo orvalho, nós o esperamos.
Primeiramente, esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a Davi, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais! Quantas e quantas páginas das Escrituras de Israel falam deste Esperado! Como esquecer as palavras do velho Jacó, no leito de morte, já cego? “Judá, teus irmãos te louvarão, tua mão está sobre a cerviz de teus inimigos e os filhos de teu pai se inclinarão diante de ti. O cetro não se afastará de Judá nem o bastão de chefe de entre seus pés até que venha aquele a quem pertencem e a quem obedecerão os povos” (Gn 49,8-10). E as palavras de Deus a Davi? “O Senhor te diz que ele te fará uma casa. E quando os teus dias estiverem completos, farei permanecer a tua linhagem após ti, gerada das tuas entranhas e estabelecerei para sempre o seu trono. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho” (2Sm 7,11ss). Sim, Deus prometeu, Deus jurou a Israel pela sua fidelidade: “A virgem vai conceber e dará à luz um filho e seu nome será Deus-conosco!” (Is 7,14). Promessa insistente, a de Deus! Até pela boca de um feiticeiro pagão, um tal de Balaão, Deus prometeu: “Eu vejo, mas não para já, eu contemplo, mas não para perto: uma Estrela sai de Jacó e um cetro se levanta de Israel” (Nm 24,17). Por isso mesmo, Israel esperou, acreditou, implorou: “Céus, deixai cair o orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover a justiça; abra-se a terra e germine a salvação!” (Is 45,8); “Senhor, tu és o nosso redentor; Eterno é o teu nome! Ah! se rasgasses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti!” (Is 63,19). Nos momentos de alegria, Israel esperou; e esperou também nos momentos de trevas e de dor! É esta espera comovente, insistente, teimosa, que a Igreja celebra e revive no Advento!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É uma idéia que nem sempre recordamos e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, devida, de amor... Sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano. É isso que Mateus quer dizer quando nos conta a visita dos magos: eles vêm de longe, seguindo a estrela do Menino, eles esperavam e agora o procuram: “Vimos a sua estrela e viemos adorá-lo!” (Mt 2,2)! Esses Magos representam os pagãos todos, todos os povos, todos os homens e mulheres de boa vontade que, seguindo sua consciência, sem saber, procuravam o Salvador. Pensemos em tantos santos pagãos do Antigo Testamento: Noé, Melquisedec, Jó e tantos outros. Pensemos em tantos sábios das várias culturas: Buda, Confúcio, Maomé, Sócrates e tantos, tantos outros, tão numerosos que somente Deus pode contá-los... Todos esperam Aquele que é a verdade, a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo! Também estes a Igreja recorda neste tempo do Advento.
Esperado por Israel, esperado pelas nações, o Salvador também foi esperado pela criação toda! É admirável e sublime! Se tudo foi criado através dele e para ele (cf. Cl 1,15), tudo traz em si sua marca, a saudade do encontro com ele! A Mãe católica, num êxtase emocionado, canta assim, nas vésperas do Natal: “Saúdam vossa vinda /o céu, a terra, o mar /e todo ser que vive /entoa o seu cantar!” É toda a criação que o espera! Tudo, desde o início, caminha para ele! Desde quando explodiu o universo, iniciando a festa, o baile da existência; desde quando as galáxias se formaram; desde quando nosso sistema solar, nosso planeta foram delineados... Tudo caminha para ele... Passo a passo, lentamente, aos olhos da eternidade de Deus: e a vida surgiu na terra, tímida, pequena, frágil... Depois, a vida animal; depois o homem... Tudo caminhando para ele, para noite de Belém e, um dia, que será o Dia, caminhando para o Cristo Ressuscitado, que virá em glória! É porque tudo caminha para ele que o botão se abre em flor, que a vida teima em brotar, que o universo se expande! Também esta espera cósmica é celebrada pela Igreja nestes dias de Advento! Que também nós entremos na festa, na espera, na esperança... E abramos o coração para Aquele que vem – o Enviado, o Esperado, o Rei que vai chegar!
Para celebrar um acontecimento tão maravilhoso e estupendo a Igreja quer preparar-se bem... Daí o tempo sagrado de Advento. Nós, como Igreja, não podemos deixar passar esse tempo favorável, não podemos receber em vão a graça de Deus que vem a nós em Jesus (cf. 2Cor 6,1-2). Os sentimentos que nos devem orientar nas quatro semanas do Advento são: (1) a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos; (2) a conversão, procurando consertar nossos caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir a Jesus para o Reino do Pai; (3) o testemunho da alegria que Jesus nos traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros; (4) a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Batista, Zacarias, Isabel; (5) a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que ele não falhará.
Neste tempo de Advento a Igreja recomenda muito a leitura e meditação do Livro do Profeta Isaías.
Na celebração da Eucaristia têm-se os seguintes sinais: (1) a cor roxa, recordando a sobriedade de quem vigia e espera ansioso; (2) as flores na Igreja são usadas com moderação, também como sinal de expectativa; (3) não se canta o «Glória» na Missa, na expectativa feliz de cantá-lo na Noite Santa do Natal do Senhor; (4) na igreja, se pode colocar a Coroa do Advento, com quatro velas, significando a luz de Cristo, que vai se tornando mais intensa a cada um dos quatro domingos do Advento.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

43 – Parresía: “O Rosário”

Por que é que a Virgem Maria em suas aparições pede insistentemente aos fieis que rezem o rosário? Qual a importância desta oração? Assista o Parresía de hoje para descobrir.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paquistão: proibido escrever o nome Cristo nos torpedos

Rádio Vaticano


No Paquistão é proibido escrever o nome “Jesus Cristo” em mensagens de texto do torpedo, enviados através dos telefones celulares. Foi o que estabeleceu a Autoridade das Telecomunicações do Paquistão com um procedimento que obriga as empresas de telefonia móvel a bloquear as mensagens de texto com algumas palavras consideradas vulgares, obscenas ou prejudiciais ao sentido de pudor. Entres as mais de 1.600 palavras proibidas, assinala à agência Fides uma fonte local, estão também “Jesus Cristo” e “Satanás”.

As empresas telefônicas têm sete dias de tempo para tornar operativa a disposição, mas as Igrejas cristãs e as organizações para os direitos humanos no Paquistão já anunciaram que recorrerão da decisão. O Secretário da Comissão para as comunicações sociais da Conferência Episcopal, Padre John Shakir Nadeen anuncia que a “Igreja Católica do Paquistão fará pressão sobre o governo para que elimine o nome de Jesus Cristo da lista proibida. Compreendemos o desejo de tutelar as mentes dos jovens, assinalando uma lista de palavras obscenas. Mas por que incluir o nome de Cristo? O que tem de obsceno? Banir o nome de Cristo é uma violação do nosso direito de evangelizar e fere os sentimentos dos cristãos”.

“Se a proibição fosse confirmada – acrescenta Padre John – seria certamente uma página negra para o país, um ulterior ato de discriminação para com os cristãos e uma violação da Constituição do Paquistão. Esperamos que o governo faça as oportunas correções”, destaca o sacerdote.

Organizações para a defesa dos direitos humanos e das liberdades dos cidadãos, como “Bytes For All”, anunciaram que contestarão o procedimento na Justiça, afirmando que a mesma “viola o direito de liberdade de palavra e expressão”.

sábado, 19 de novembro de 2011

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – Ano A


Ez 34,1-12.15-17
Sl 22
1Cor 15,20-16.28
Mt 25,31-46 
            Neste último Domingo do Ano Litúrgico, a Igreja nos apresenta Jesus Cristo como Rei do universo. O Evangelho no-lo mostra cercado de anjos, sentado num trono de glória para o julgamento final da história e da humanidade. Ele é Rei-Juiz, é o critério da verdade e da mentira, do bem e do mal, da vida e da morte. Por mais que a humanidade queira fazer a verdade do seu modo, por mais que distorça o bem em mal e o mal em bem e procure a vida onde não há vida verdadeira, vida plena, uma coisa é certa: somente em Jesus Cristo tudo aparecerá, um dia, na sua justa realidade, na sua inapelável verdade. Nós cremos com toda firmeza que a criação toda, a história toda e a vida de cada um de nós caminham para o Cristo e por ele serão passadas a limpo, nele serão julgadas! Ele é Rei-Juiz: ao final "todas as coisas estarão submetidas a ele". Fora dele não haverá salvação, nem esperança nem vida. Ele é a Vida!
            Mas, se Cristo Jesus é nosso Rei-Juiz, isto se deve ao fato de ser primeiramente nosso Rei-Pastor, aquele que dá a vida pelas ovelhas. Ele é "o que foi imolado", o mesmo que, com ânsia e cuidado, procura suas ovelhas dispersas, toma conta do rebanho, cuida da ovelha doente e vigia e vela em favor da ovelha gorda e forte. Eis o nosso juiz, eis o juiz da humanidade: aquele ferido de amor por nós, aquele que por nós deu a vida, aquele que se fez um de nós, colocando-se no nosso meio! 
            Atualmente, a nossa civilização ocidental perdeu quase que de modo total a consciência da realeza de Cristo. Dizem hoje, cheios de orgulho, os sábios da sabedoria do mundo: "O homem é rei!" Gritam: "Não queremos que esse Jesus reine sobre nós! Não queremos que nos diga o que fazer, como viver; não aceitamos limites do certo e do errado, do bem e do mal, do moral e do imoral... a não ser os nossos próprios limites. E, para nós, não há limites!" Eis o pecado original, a arrogância fundamental da humanidade atual. Nunca fomos tão prepotentes quanto agora; nunca tão iludidos e enganados como atualmente! 
            E, no entanto, Cristo é Rei, o único Rei verdadeiro, cujo Reino jamais passará. Mas esse Rei nos escandaliza também a nós, cristãos. É que ele não é um rei mundano, estribado na vã demonstração de poder, de glória, de imposição. Não! Ele é o Rei-Pastor que se fez Rei-Cordeiro manso e humilde imolado por nós. Por isso "é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele o poder pelos séculos". A grandeza e o poder do Senhor neste mundo não se manifestarão na grandeza, mas nas coisas pequenas, na fragilidade do amor, daquele amor que na cruz apareceu como capaz de entregar a vida pelos irmãos. Gostaríamos de um Cristo-Rei na medida das nossas vãs grandezas... Gostaríamos de uma Igreja forte, aplaudida, elogiada, reverenciada. Mas, não! A Igreja, continuadora na história do mistério salvífico de Cristo, tem de participar do escândalo do seu Senhor, de pobreza do seu Senhor. E, então, neste Cristo-Rei de 2006, vemo-la humilhada e manchada por tantos escândalos. Pobre Mãe católica! Não merecia isso de seus filhos, de seus ministros, de seus pastores! Mas, faz parte das dores do Reino do Senhor! Faz parte do mistério do Reino a pobreza de Cristo, a mansidão de Cristo, a derrota de Cristo na cruz, o silêncio de Cristo, a morte de Cristo. E tudo isso tem que estar presente também na vida da Igreja e na nossa vida! Como nos exorta São Paulo: "Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos. Fiel é esta palavra: Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos" (2Tm 2,8.11). 
            Eis, pois, caríssimos no Senhor. Celebremos hoje a Realeza de Cristo, dispondo-nos a participar da sua cruz. Na Igreja, no Reino de Deus, reinar é servir. Sirvamos, com Cristo, como Cristo e por amor de Cristo! No Evangelho desta Solenidade, o critério para participar do Reinado do Senhor Jesus é tê-lo servido nos irmãos: no pobre, no despido, no doente, no prisioneiro, no fraco. Que Reino, o de Cristo! Manifesta-se nas coisas pequenas, nas pequenas sementes, nos pequenos gestos, no amor dado e recebido com pureza cada dia. 
            Na verdade, segundo os Santos Padres da Igreja, o Reino de Cristo, o Reino que ele entregará ao Pai, somos nós; nós, que fizemos como ele fez, lavando os pés do mundo e servindo ao mundo a única coisa que realmente compensa: a amor de Cristo, a verdade de Cristo, o Evangelho de Cristo, o exemplo de Cristo, a salvação de Cristo, a vida de Cristo... para que o mundo participe eternamente do Reino de Cristo! 
            Caríssimos no Senhor, despojemo-nos de todo pensamento mundano sobre reis, reinos e coroas. Fixemos nosso olhar no trono da cruz, naquele que ali se encontra despido e coroado de espinhos. Aprendamos com admiração, estupor e gratidão que nossa mais gloriosa herança neste mundo é participar do seu reinado, levando a humanidade a descobrir quão diferentes dos nossos são os critérios de Deus. Quando aprendermos isso, quando a humanidade aprender isso, o Reino entrará no mundo e o mundo entrará no Reino, Reino de Cristo, "Reino de verdade e de vida, Reino de santidade e de graça, Reino da justiça, do amor e da paz"
            Domine, adveniat Regnum tuum! – Senhor, venha o teu Reino! Amém.

Incômodas realidades

O Senhor guia a Igreja, o Senhor está presente nela. Seu Espírito vivifica, suscita, orienta, sustenta... Não nos pede licença, não nos consulta: é soberano! Eleva, rebaixa, exalta, humilha... tudo para nos conduzir a Cristo, tudo para o bem da Igreja, tudo para que o mundo reconheça em Jesus o único Salvador, enviado pelo Pai para toda a humanidade.
Afirmo isto pensando na vida religiosa. Ela é uma realidade carismática presente na Igreja: não foi instituída diretamente por Cristo, mas é fruto da ação do seu Espírito Santo, como sinal do Reino de Deus e das exigências para quem deseja seguir o Cristo Jesus. Foi assim que nasceu aquele modo livre, radical, estranho e aparentemente louco de seguir a Cristo: homens e mulheres que deixavam tudo por causa do Senhor e iam viver no deserto uma vida de oração, penitência, constante meditação da Palavra de Deus e serviço aos pobres. Eram loucos, eram incompreensíveis para o mundo... É isto a vida religiosa, nem mais nem menos! E quando deixa de ser isso, perde o sentido, torna-se insossa e definha!
No decorrer dos tempos, as formas de vida religiosa foram mudando, evoluindo: primeiro, monges solitários no deserto; depois, as grandes abadias medievais, com 300, 500 monges, dedicados à oração, ao canto dos salmos, ao trabalho no campo e à vida intelectual; mais adiante, os loucos mendicantes – franciscanos, dominicanos e carmelitas -, que tudo deixavam e andavam pelas ruas das cidades européias, pregando e esmolando por amor de Cristo. Viviam em comunidade, na pobreza, castidade e obediência. Na Idade Moderna surgiram os jesuítas, práticos e eficientes, parecendo um exército de Cristo e do Papa, pronto para a batalha. Depois surgiu uma constelação de congregações com um carisma particular. Era uma novidade: uma vida religiosa com o objetivo não somente de viver simplesmente o Evangelho, mas destinada também a um trabalho (carisma) específico: escolas, hospitais, missões, cuidado dos pobres, trabalho paroquial, etc... 


O importante era que em toda essa evolução – das origens a hoje – houve sempre algumas características que marcavam a saúde, o vigor e a fidelidade desse modo de viver: 1) a “separação” da família e do modo de viver do mundo para viver “de modo realmente diferente” numa vida de comunidade fraterna por causa de Jesus Cristo; 2) uma intensa vida de piedade e oração, penitência e sobriedade; 3) a clara vivência dos votos de pobreza material, castidade efetiva e obediência muito concreta e custosa; 4) a ruptura com os costumes do mundo (mesmo aqueles costumes honestos e legítimos), expresso no hábito religioso, que identificava e deixava claro para o religioso e para os outros a sua consagração e expresso também no modo de viver simples, recolhido e piedoso de quem abraçava essa vida...
É esta vida religiosa que está em crise. Na verdade, sempre estará em crise, pois ser religioso é ser livre, pobre, simples, radical, apartado do mundo... e há sempre uma tendência de acomodamento, de que, pouco a pouco, as estruturas que os próprios religiosos vão criando com o correr do tempo, sufoque a simplicidade, a fraternidade originais e vá apagando o Espírito com a praga do comodismo, da frieza e da secularização... No entanto, sobretudo depois do Vaticano II, com o pretexto de renovação, adaptação aos tempos modernos e de inserção no mundo, a vida religiosa entrou num profundo processo de esfriamento. Não sempre, mas muitíssimas vezes, os religiosos parecem aqueles que deixaram tudo para não deixarem nada: vivem como todo mundo, vestem-se como todo mundo, falam e agem como todo mundo. Os sinais do sagrado, do diferente, da radicalidade, da loucura e incongruência por amor de Cristo, desapareceram. Hoje, os religiosos escrevem muito, sustentam grandes organizações, estudam muito, falam muito, defendem belas teorias de amor e justiça, mas aquele fervor simples e ingênuo que encantava e falava do Reino, na maioria dos casos desapareceu. E, sejamos sinceros: muitíssimas vezes, este tipo de vida religiosa já não atrai, não encanta, porque não convida a subir às alturas da adesão a Cristo, do amor e fidelidade à Igreja, da santidade de vida.
Mas, nossas infidelidades não conseguem bloquear a ação do Espírito. O Senhor quer e manterá sempre a vida religiosa na Igreja. Quando velhos modos de vivê-la já não são um testemunho que encanta, intriga e incomoda, o Espírito que sopra onde quer suscita novos modos: intrigantes, incômodos, loucos, encantadores e comoventes... Digo isto porque hoje está surgindo um novo modo de viver o carisma religioso: as comunidades de vida e de aliança! Muitos dirão: que loucura, que bando de radicais, fanáticos e beatos desequilibrados. O mesmo que disseram dos primeiros monges, de Francisco, de Clara, de Teresa de Calcutá e da maioria dos fundadores das atuais grandes ordens e congregações! É comovente ver uma multidão de rapazes e moças, homens e mulheres, sem uma estrutura muito definida, sem muito estudo, na espontaneidade de quem sabe que o Evangelho e a Igreja são para todo aquele que deseja seguir a Cristo: vivem em comum, têm uma vida de pobreza verdadeira, radical, efetiva, amam a Cristo e procuram ser fiéis è Igreja e ao Papa, rezam muito e intensamente, demonstram profunda devoção e piedade , servem aos pobres de modo comovente e muito concreto e não têm medo nem vergonha de demonstrar que são consagrados, são de Deus, não são do “mundo”: usam uma cruz, uma roupa diversa, um hábito.... Essa gente incomoda, intriga, dá trabalho, questiona! 


Bendito Espírito de Deus! Nem liga para os nossos esquemas, nem dá bola para os nossos medos, nem toma conhecimento da nossa frieza e falta de entusiasmo! Suscita novidade do jeito que bem quer e entende! Dirão muitos – sobretudo religiosos das congregações já estabelecidas e, muitas vezes, secularizadas e acomodadas: “Esses aí são gente desequilibrada e piegas, alienada e ignorante!” Cuidado! Não pequemos contra o Espírito Santo! Não queiramos sufocar a ação que Deus suscita. Certamente, que nessas comunidades novas há exageros, unilateralidades, etc. Mas, cabe à Igreja orientar, não sufocar; guiar, não desprezar; aproximar-se como mãe terna, não se afastar como estranha. Conheço histórias comoventes dessas comunidades e de pessoas que nelas vivem. Pessoalmente, emociono-me e recordo dos fundadores do passado e dou graças a Deus, que faz com que a loucura do Evangelho e a radicalidade despretenciosa e simples do Cristo esteja presente na sua Igreja hoje como no passado. A Igreja não é nossa, não é dos leigos, não é da hierarquia – a Igreja é de Cristo e somente ele é seu Senhor, que a suscita e orienta pelo Espírito! Aprendamos a ouvir com docilidade o que o Espírito está dizendo. Às vezes, aqueles que mais falam em “discernir os sinais dos tempos” e “ser dóceis ao Espírito”, os que mais falam em “voltar às fontes”, são os que mais se fecham em seus esquemas ideologizados e se negam a admitir as loucas surpresas de Deus.
Quem dera que esses jovens sem juízo que desejam simplesmente viver Jesus e anunciá-lo com a vida e a Palavra – Jesus da Igreja católica, Jesus concreto e vivo, Jesus que abraça os pobres e drogados! -, esse bando de loucos, nos incomodem sempre – sobretudo os religiosos que se encontrarem secularizados, acomodados, aburguesados – e nos recordem a simplicidade e radicalidade do Reino e nos faça sentir saudades do céu!
A vida religiosa é um dom precioso demais para se perder! Que ela esteja sempre presente no coração da Igreja, dando trabalho, surgindo de mil formas... mas mostrando sempre a santidade e a radicalidade, a felicidade e a plenitude do bem supremo que é conhecer e viver Jesus! Amo, respeito e valorizo profundamente o inestimável dom do carisma religioso na Igreja! Por isso, alegro-me com essas novas comunidades e espero que elas incomodem bem muito as congregações, para que também estas reencontrem seu caminho, se renovem e se encham de novo vigor. A Igreja e o mundo precisam de religiosos bem religiosos!



Encontro Sacerdotal no Rio de Janeiro


Nos dias 15 a 18 de novembro de 2011, no Centro de Estudos do Sumaré, na cidade do Rio de Janeiro, 36 sacerdotes provenientes de vários Estados brasileiros, participaram do II Encontro Sacerdotal Summorum Pontificum, patrocinado pelo Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta O.Cist., e organizado pela Administração Apostólica São João Maria Vianney, da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). O primeiro encontro foi realizado no ano passado em Garanhuns, patrocinado por nossa Diocese.
Da Diocese de Garanhuns, juntamente com nosso Bispo Dom Fernando Guimarães, que pronunciou uma palestra sobre a Reforma da Liturgia no documento Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II, participaram do encontro os Padres Fábio, Pároco da Catedral de Santo Antônio; Padre Nivaldo, Pároco da Paróquia de São Luiz Gonzaga, em Paranatama. e Padre Poul Anderson, Administrador Paroquial de Santa Teresa do Menino Jesus, no Magano, em Garanhuns.
Neste encontro, foi estudada com carinho a Liturgia da Igreja Católica, em seus aspectos teológicos e em sua evolução história, com particular atenção à Forma Extraordinária do Rito romano, ou seja, a maneira de celebrar a Santa Missa que vigorou, na Igreja, até o Concilio Ecumênico Vaticano II. Juntamente com a Forma Extraordinária do Rito romano, reformada pelo Vaticano II e, atualmente, a forma de celebração a quem estamos todos habituados em nossas paróquias, esta veneranda tradição tem o seu lugar, querido pelo Papa Bento XVI com o Motu proprio Summorum Pontificum, de maneira que apareça evidente toda a riqueza do culto da Igreja católica.
Ao final do encontro, os Bispos e Padres participantes enviaram ao Sumo Pontífice Bento XVI uma filial homenagem, através da carta cujo teor é aqui reproduzido.

Beatíssimo Padre,

            Sacerdotes provenientes de diversos Estados do Brasil estamos reunidos no Rio de Janeiro, acolhidos pelo Exmo. Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, para o II Encontro Summorum Pontificum, nos dias 15 a 18 do corrente mes de novembro, em continuidade com o I Encontro, realizado no ano passado na Diocese de Garanhuns. Em ambos, o patrocínio e a efetiva concretização muito devem à Administração Apostólica pessoal São João Maria Vianney, de Campos.

             Em plena sintonia com o Magistério de Vossa Santidade, queremos contribuir eficazmente para a corrreta aplicação das disposições do Motu Proprio em nossas dioceses, em comunhão com nossos Bispos e, dessa forma, corresponder ao Seu anseio pelo mútuo enriquecimento das duas formas do Rito Romano, buscando a “reconciliação interna no seio da Igreja”, como Vossa Santidade já expressou em diversas ocasiões. Este nosso encontro, portanto, é realizado dentro do mais autêntico espírito de comunhão eclesial, respondendo assim aos legítimos desejos de inúmeros dos nossos fieis.

            Aprofundando o sentido teológico da Liturgia, buscamos inspiração nas obras teológicas de Vossa Santidade e, agora, em seu rico Magistério pontifício, que vem iluminando nossa vida e ministério sacerdotais e pelo qual Lhe somos profundamente gratos.

            Queira receber, Santidade, a expressão de nossa filial devoção, enquanto imploramos a Benção Apostólica para nossas pessoas, nosso ministério e para todos os fieis confiados aos nossos cuidados pastorais.

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2011.

Assinam:

Dom Orani João Tempesta OCist, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro
Dom Fernando Guimarães, Bispo Diocesano de Garanhuns
Dom Fernando Arêas Rifa, Administrador Apostólico da Administração Apostólica São João Maria Vianney
Dom Karl Josef Romar, Bispo Auxiliar emérito do Rio de Janeiro e Secretário emérito do Pontifício Conselho para a Familia, Vaticano

Todos os Sacerdotes presentes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.

O Papa Bento XVI inicia hoje uma viagem apostólica de dois dias ao Benim, África. Durante o vôo, o Santo Padre respondeu às tradicionais perguntas dos jornalistas presentes em sua delegação. Entre elas, uma a respeito do crescimento das seitas pentecostais no continente africano:


Essas comunidades são um fenômeno global, em todos os continentes. Naturalmente, elas estão presentes sobretudo, de formas diferentes, na América Latina e na África. Diria que seus elementos característicos são muito pouca “institucionalidade” e poucas instituições, dando pouco peso a instituições; uma mensagem que é simples, fácil e compreensível, e aparentemente concreta; e, como você disse, uma liturgia participativa expressando os sentimentos da cultura local, com uma abordagem da religião um tanto sincretista. Tudo isso lhes garante, por um lado, algum sucesso, mas também implica uma falta de estabilidade. Sabemos que alguns [seguidores desses grupos] voltam à Igreja Católica, ou se mudam de uma dessas comunidades para outra.
Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. [...]
Segundo, é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa. Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.
Por último, com relação à inculturação, diria que é importante não perdermos a universalidade. Eu preferiria falar de “inter-culturação”, não tanto inculturação. É uma questão de um encontro entre culturas na verdade comum de nossos seres enquanto humanos, em nosso tempo. Então, crescemos numa fraternidade universal. Não devemos perder essa grande coisa que é a catolicidade, de que em todas as partes do mundo somos irmãos e irmãs, somos uma família, onde conhecemos cada um e colaboramos num espírito de fraternidade.
A introdução ao missal das celebrações pontifícias (pág. 11) demonstra como Bento XVI pretende enfatizar essa catolicidade, particularmente na liturgia da Santa Missa a ser celebrada no domingo, no Estádio da Amizade:
Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Adsum!

"Aqui estou eu!"


Nota da Cúria Diocesana de Garanhuns

                                          


Publica-se a seguir, para conhecimento dos fieis, uma Nota de Esclarecimento a respeito da pena de suspensão do exercício do ministério sacerdotal, imposta a um dos Padres de nossa Diocese, pelas graves razões indicadas. Recomenda-se a leitura do texto, também para que rezemos todos pelo sacerdote, para que redescubra o caminho de reconciliação com a sua Igreja.

NOTA DE ESCLARECIMENTO



            A Diocese de Garanhuns, por ordem do Exmo. Bispo Diocesano, Dom Fernando Guimarães, lamenta informar que, no dia 10 de novembro de 2011, o Revmo. Padre JORGE DE MELO ELIAS foi suspenso do total exercício do seu ministério sacerdotal, perdendo igualmente o título de Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Jupi, nesta Diocese.

            A pena canônica foi-lhe imposta por ter o referido Sacerdote se filiado a um partido político, em contradição com as normas da Igreja Católica. O Bispo Diocesano e os colegas Padres envidaram todos os esforços para dissuadi-lo deste gesto, mas tudo foi inútil.

            A Diocese informa também que, caso o Padre persista em se apresentar como candidato nas próximas eleições políticas e tão logo a candidatura seja efetivada, será aberto um processo penal administrativo canônico para a sua demissão definitiva do estado sacerdotal.

            O Bispo Diocesano recomenda a todos os fieis que sejam elevadas a Deus fervorosas orações, pedindo pelo sacerdote desobediente, para que reconheça o seu erro e se reconcilie o quanto antes com a sua Igreja, à qual, no dia de sua ordenação sacerdotal, prometeu servir com disponibilidade total e na obediência ao seu Bispo.

            Por disposição do Exmo. Bispo Diocesano, esta Nota seja lida nas Paróquias de Jupi e Iati, nos próximos domingos, durante as Santas Missas celebradas na Igreja Matriz e nas Capelas filiais.

            Cúria Diocesana de Garanhuns, 10 de novembro de 2011.



                                                           Mons. Alexandre de Melo Castanha Neto
                                                                            Chanceler da Diocese


(Registro Livro Documentos, fl. 188, n. 37)

Por Ele, com Ele e nEle.

Para que se compreenda bem a imponente majestade da Missa, evocarei agora, cheio de emoção, um gesto do celebrante que resume admiravelmente todo o ideal de glorificação da Trindade pelo admirável Pontífice e Mediador da Santa Missa. Parece-me que nesse momento, mil vezes sublime, os nove coros dos Anjos, toda a assembléia dos Santos, e o Purgatório, circundando de perto o celebrante, bebem suas palavras e ficam suspensos a seus gestos, impregnados de divina majestade.
Pouco depois da consagração, o sacerdote, tendo na mão direita a Hóstia divina, traça com Ela cinco cruzes sobre o Preciosíssimo Sangue, dizendo: “Por Ele, com Ele e n’Ele, a Ti, Deus Pai Onipotente, na unidade do Espírito Santo, damos toda honra e glória!” e, com essas palavras, eleva ao Céu a Hóstia e o Cálice juntos.
Sublinhemos com ardor a grandeza inexprimível desse gesto, divino entre todos…
O próprio genial São Paulo, descendo do terceiro Céu, teria tido a eloquência necessária para explicar-nos toda a majestade dessa fórmula litúrgica, de infinita riqueza de significado?
Por Ele, o Homem-Deus de Belém, do Tabor e do Calvário, realmente presente nas mãos do padre, tal como estava presente nas mãos de Sua Mãe Santíssima…
Com Ele, o Homem-Deus crucificado, morto e ressuscitado… que subiu aos céus e está sentado, como Deus à direita do Pai, e a quem o Pai conferiu todo poder no céu e na terra…
N’Ele, o Homem-Deus, por Quem e para Quem tudo foi criado, que foi constituído Rei imortal, e que virá sobre as nuvens do céu, como Juiz, a julgar os vivos e os mortos…
Sim: por Ele, com Ele e n’Ele, glória infinita à Trindade adorável e augusta!
Se neste momento lhe fora milagrosamente revelado, em clarão divino, toda a significação desse gesto, morreria o celebrante, não de temor, porém de emoção e júbilo!
Somente à Virgem-Mãe coube o insigne privilégio de antecipar-se ao padre, mediante a oblação por Ela feita do Filho ao Pai, em Belém, no templo de Jerusalém, e no Calvário.
Não é, pois, exato ser a Santa Missa o hino oficial de glória, único digno da Trindade augusta?
E nessa ordem de idéias, saboreemos deliciosamente a magnífica estrofe desse hino, pelo próprio Cristo ensinando aos apóstolos, e tal como Ele o canta no Altar, pela voz e liturgia da Igreja: “Pai nosso que estais no céu… Pai santificado seja o Vosso nome!… Pai, venha a nós o Vosso reino!… Pai, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu!…”
Consideremos que o orante que assim reza é o próprio Verbo Encarnado, o Filho de Deus e de Maria Santíssima, que no Altar exalta a glória d’Aquele que é Seu Pai e nosso Pai!
Podemos pois afirmar que a criação do Universo, tirado do nada, é apenas pálida centelha de glória, quando comparada à glória que Jesus, Grão-Sacerdote, rende no Altar às Três Pessoas da Trindade augusta.
E agora, fixos o olhar e o coração no Gólgota do Altar, façamos uma audaciosa hipótese, legítima e verossímil criação de nossa fantasia… o próprio Senhor a utilizou para pintar os inimitáveis quadros de Seus discursos figurados e de Suas incomparáveis parábolas.
Suponhamos que, desde os tempos dos imperadores romanos Augusto e Tibério, já tivessem sido descobertos e vulgarizados os maravilhosos aparelhos de televisão, com aperfeiçoamento ainda maior que os de hoje. (Como atualmente, diria o Pe. Mateo). E suponhamos que César, informado por seus agentes acerca da emoção produzida na Palestina pela prédica de Jesus, e sobre a resolução do Sinédrio de fazê-Lo morrer, houvesse ordenado a Pilatos o envio a Roma, juntamente com os autos do processo, de um filme do drama da crucifixão do pretenso Rei dos Judeus.
Qual não seria nossa indizível emoção se esse filme sonoro-visual, reprodução exata, fotográfica, do deicídio da Sexta-feira Santa, nos fosse exibido nas igrejas, antes do Santo Sacrifício da Missa! Tal filme seria uma visão autêntica, de ordem natural e científica, do divino drama da nossos altares. Ele nos permitiria ouvir as sete palavras de Jesus, e também as blasfêmias pronunciadas pelos inimigos diante da vítima adorável. Veríamos com os próprios olhos o que viram as três testemunhas fiéis, Maria, João e Madalena, desde o meio-dia até as três horas da tarde.
Pois bem: infinitamente maior do que tudo isto é a maravilhosa realidade que, através do fino e transparente véu, nos mostra a Fé, incapaz de nos enganar, quando, bem instruídos e piedosos, assistimos ao Santo Sacrifício! o filme teria apresentado um fato passado, tal como o santo sudário de Turim, ao passo que a Santa Missa nos oferece uma realidade atual e presente!
Essa mesma Missa, renovada, reproduzida, prolongada, através do tempo, constitui essencialmente nossa Missa quotidiana… Mais uma vez insistimos: não se trata de um belo símbolo religioso, ou de um filme admirável tirado, digamos, pelos Anjos: trata-se da admirável e divina realidade do Calvário, exatamente reproduzida no Altar, exceto a dor e o derramamento de sangue, pois a Vítima eucarística é hoje impassível, porque gloriosa.
É nesses princípios que se baseia o Concílio de Trento ao declarar que o Santo Sacrifício realiza, antes de tudo, uma obra de estrita justiça, resgatando as nossas faltas com o “Sangue do Cordeiro que apaga os pecados do mundo”.
É fato verificado, de ordem sobrenatural, que o Santo Sacrifício nos salva, aplacando a Justiça divina quando oferece, no Cálice, o preço já oferecido no Calvário. Sem tal resgate – único adequado – não teriam remissão os nossos delitos. Felizmente para nós, porém, Jesus morreu exclamando: “Pai, perdoa-lhes!”
Uma vez consumada a obra de rigorosa justiça, irrompe a misericórdia como sol fulgurante. Firma-se a reconciliação entre o céu e a terra revoltada… Deus, porém, exige a constante aplicação do Sangue redentor às cicatrizes de nossas almas pecadoras, o qual, derramado outrora no Calvário, enche agora o Cálice do Santo Sacrifício!
É de toda conveniência salientar com nitidez a diferença entre o Gólgota de Jerusalém e o Calvário de nossos Altares. Este é um Tabor glorioso, embora sempre purpureado de um sangue adorável… Digo, “glorioso” pois a Vítima que se imola é o Homem-Deus ressuscitado, vencedor da morte na madrugada do Domingo de Páscoa.
Ao mesmo tempo que Tabor, o Altar é também legítimo Calvário, radioso porque revestido dos esplendores da Ressurreição.
Ah! se não existisse o véu discreto do Mistério, nem mesmo o Santo Cura d’Ars teria ousado celebrar o Santo Sacrifício… e Santa Teresinha de Lisieux teria hesitado em aproximar-se da Mesa Santa, de tal modo a glória do Senhor ofusca, aos olhos dos Anjos, o celebrante e os fiéis. Assim, graças a penumbra do Mistério, torna-se o Altar acessível, e até convidativo, embora esteja muito mais perto do Céu que o próprio Sinai.
Assim compreendida, a oração oficial do Cristo Mediador durante a Missa é a única que tem o poder de atravessar as nuvens, indo atingir e empolgar o Coração do Pai… Esta súplica é verdadeiramente uma onipotência, pois que jorra do próprio Coração de Jesus, Mediador todo-poderoso. É Ele mesmo quem no-lo declara: “O Pai me ouve sempre!” Quando Ele reza, Ele ordena. Sua palavra realiza o que pede, pois Ele é Deus! Eis porque nossa primeira oração espontânea, nas visitas ao Santíssimo Sacramento, na adoração eucarística ou quando fazemos adoração noturna no lar, e sobretudo quando assistimos ao Santo Sacrifício, deveria ser sempre o “Cânon” da Missa, fórmula litúrgica mil vezes sagrada e venerável, por seu conteúdo dogmático e por sua antiguidade. Poderíamos desta forma unir-nos, em todas as horas do dia e da noite, aos milhares de celebrantes que elevam, como rutilante arco-íris, a Hóstia e o Cálice… E por meio deste tão simples impulso do coração, realizaríamos esplendidamente o “Glória a Deus nas alturas” dos Anjos, na noite de Natal.