Papa. Eis uma palavra que desperta tantas emoções: desprezo, ódio, mil preconceitos, desconfiança ou, enfim, veneração, respeito e amor. Que é um papa? Ele é, antes de tudo, Sucessor do Apóstolo Pedro, a quem o Senhor Jesus deu o primado sobre os Apóstolos e sobre todos os discípulos. Esse primado é de serviço e de amor, de modo que o papa é o primeiro responsável por testemunhar Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Salvador da humanidade. Sua primeira missão não é, portanto, fazer coisas, viajar muito, emanar decretos e normas, mas ser uma testemunha do Senhor Jesus, tal qual é acreditado, amado, adorado e anunciado pela Igreja nesses dois mil anos de caminho.
Como Pedro terminou seus dias em Roma, no seio da Igreja romana, dando aí o seu supremo testemunho de amor a Nosso Senhor, derramando seu sangue por Cristo, os bispos de Roma são sucessores de Pedro. Como Pedro, a missão deles é sempre recordar, custodiar e proclamar a experiência fundamental da nossa fé: Jesus morto e ressuscitado é o Cristo, o Filho do Deus vivo, o Salvador! O papa é, então, Sucessor de Pedro como Bispo da Arquidiocese de Roma. Com essa Igreja romana todas as outras Igrejas (= dioceses) devem estar em comunhão de fé e de amor – esta é a convicção expressa desde os primórdios da Igreja e que foi se tornando cada vez mais explícita, cada vez mais forte. Também todos os bispos, sucessores dos Apóstolos, devem estar em comunhão com o Sucessor do Apóstolo Pedro, a quem Jesus constituiu cabeça do grupo dos Doze e seu princípio de unidade.
É uma visão totalmente equivocada pensar o papa como o soberano do Estado do Vaticano ou como um governador-geral da Igreja ou como um monarca absoluto. Nada disso: ele é aquele que deve confirmar os irmãos na fé, com espírito de serviço e caridade. Certo, que isso não significa não saber o que quer nem muito menos admitir que a verdadeira fé apostólica seja colocada em perigo por doutrinas falsas e ambíguas. Na Igreja, a proclamação da Verdade deve ser sempre caridosa e a vivência da Caridade deve ser sempre verdadeira.
Quando um papa toma posições sobre fé e moral, ele não o faz pensando no que o mundo acha ou no que o mundo espera, mas somente na fidelidade à Palavra de Deus tal como a Igreja sempre a escutou, interpretou e ensinou. As questões que não são dogmaticamente fechadas e, por isso, são questões abertas, podem ser matéria de modificações e esclarecimento por parte de um novo papa; já aquelas que são questões de fé definidas, seja pelo ensinamento solene da Igreja seja pelo ensinamento definitivo não admitem mais modificações. Por exemplo: um papa poderia suspender a obrigatoriedade do celibato para os padres seculares, mas não poderia admitir mulheres ao sacerdócio. A primeira é uma questão de disciplina; a segunda é matéria de fé, ensinada de modo definitivo. Outro exemplo: um papa poderia ainda avançar no delicado tema do uso de anticoncepcionais, mas não pode jamais admitir o aborto ou uma bênção para pares homossexuais ou afirmar que as relações homossexuais são de acordo com o desígnio de Deus. Enquanto a primeira questão comporta alguns aspectos que não estão fechados, as questões do aborto e dos homossexuais são definitivas pela própria Palavra de Deus.
O Papa é o Sucessor de Pedro e, como tal, Pastor supremo da Igreja de Cristo. A ele os cristãos devem obediência e respeito sincero pelos seus ensinamentos. Outras considerações: sua origem, suas posições teológicas, seu modo de ser, são de menor importância. Importa que ele seja o que vem em nome do Senhor e, por isso, será bem vindo. No coração dos católicos ficam sempre presentes as palavras do Senhor a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça: confirma os teus irmãos! Tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas!”.
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