terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mártires de Cristo lá e cá

Nenhum outro grupo religioso tem sofrido tantas perseguições quanto os cristãos. E ninguém liga, ninguém grita por eles... Agora mesmo, estamos vendo os cristãos do Egito sofrendo por parte dos muçulmanos. Mas, não é só no Egito não: há os vários países islâmicos, há o governo ateu da China, há até mesmo regiões budistas e hinduístas onde somos perseguidos... E como machuca, como dói, como é triste...


Mas, existe um outro tipo de perseguição, mais silenciosa e camuflada: aquela das nossas sociedades ocidentais, que procuram desacreditar a nossa fé, que faz de tudo para nos marginalizar e ridicularizar, que exalta tudo quanto seja anticristão. Um pequeno exemplo? Na Austrália e na Inglaterra já se pensa seriamente em eliminar a expressão “antes de Cristo” e “depois de Cristo” para identificar os anos e séculos... Cristo deve desaparecer – e ai dos cristãos.


A perseguição aberta, física, cria resistência, fortalece a fé de muitos, faz com que os perseguidos renovem a consciência de que pertencem ao Senhor e não ao mundo. O mártir de Cristo toma consciência plena de que o mundo nos odeia, como odiou o nosso bendito Senhor. Mas, a perseguição velada, camuflada, tende a nos enfraquecer, a nos acovardar, a nos render ao mundo. Quantos cristãos vão aderindo ao modo mundano de viver, sem perceber que o mundo mundano nos despreza e ridiculariza. Dá pena certas ilusões de que se pode dialogar com certo mundo!


Nosso critério não é o diálogo, mas a verdade de Cristo. E a verdade de Cristo não é uma teoria, mas o próprio Cristo e o caminho que ele percorreu. Nesse sentido, como não recordar aquelas palavras perturbadoras da Epístola aos Hebreus? “Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição. Em vista da alegria que o esperava, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensai, pois, naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. Vós ainda não resististes até ao sangue, na vossa luta contra o pecado” (Hb 12,1b-4). Palavras deveras perturbadoras! Um convite claro a seguir nosso Jesus, a fazer nossa a sua experiência, a colocar nossos passos nos seus passos: ele é o autor e consumador da nossa fé – e não se pode crer nele sem seguir o caminho dele. Em vista de uma existência humana gloriosa da glória do mundo – aquela que Satanás lhe propôs nas tentações -, ele prefere a fiel obediência ao Pai e, suprimido deste mundo por artimanha dos pecadores, suportou a cruz e triunfou na lógica de Deus!


Não, Irmão! Nosso caminho não pode ser diferente! Não somos iguais ao mundo, não podemos pensar como o mundo! Não somos melhores nem piores, mas somos diferentes: nosso critério é Cristo, nossa esperança é Cristo, nossa vida é Cristo! Nossa referência nunca poderá ser o mundo, na tentativa de agradá-lo ou parecer-lhe simpático, na ilusão de que isso o atrairia a Cristo. Essa imitação do mundo somente nos faz fracos, ambíguos e ridículos. Cristo nos chama a correr com ele a corrida da fé, a combater com ele o combate de ser fiel ao Pai. O Senhor nos convida a resistir, a não ter medo das piadinhas, a não vacilar ante as tentativas de ridicularizarem nossa fé, a não fazer concessões ao pecado... Ante um mundo secularizado e anticristão, somos chamados a olhar Jesus e sermos cada vez mais fieis a ele, sem meios termos, sem “mas” nem “porém”.
Que o Senhor socorra com a força potente do seu Espírito os cristãos perseguidos de morte e de modos diversos nos vários pontos deste mundo. Uma coisa é certa: sua palavra: “No mundo tereis tribulações! Tende coragem: eu venci o mundo!”

 

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