terça-feira, 17 de maio de 2011

Cristo, único caminho da humanidade

Da Encíclica “E supremi apostolatus”, de São Pio X, papa de 1903 a 1914:

«Ninguém pode por outro fundamento diferente do que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Cor 3,11), Ele «a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo» (Jo 10,36), «esplendor da Sua glória e imagem da Sua substância» (Hb 1,3), verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sem Quem ninguém pode conhecer perfeitamente a Deus, porque «ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar» (Mt 11,27).

Donde se segue que «reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas» (Ef 1,10) e fazer regressar os homens à obediência a Deus são uma e a mesma coisa. É por isso que o objetivo para o qual devem convergir todos os nossos esforços consiste em fazer regressar o gênero humano à soberania de Cristo. Desse modo, o homem será, por isso mesmo, reconduzido a Deus: não a um Deus inerte e despreocupado das realidades humanas, como imaginaram certos filósofos, mas a um Deus vivo e verdadeiro, em três Pessoas, na unidade da Sua natureza, Criador do mundo, que estende a todas as coisas a Sua providência infinita, justo doador da lei, que julgará a injustiça e garantirá à virtude a sua recompensa.

Ora, onde se encontra a via que nos dá acesso a Jesus Cristo? Está diante dos nossos olhos: é a Igreja. Com razão nos diz São João Crisóstomo: «A Igreja é a tua esperança, a Igreja é a tua salvação, a Igreja é o teu refúgio.» Foi para isso que Cristo a estabeleceu, depois de a ter adquirido pelo preço do Seu sangue. Foi para isso que lhe confiou a Sua doutrina e os preceitos da Sua Lei, prodigalizando-lhe ao mesmo tempo os tesouros da Sua graça, para a santificação e a salvação dos homens.

Vede, pois, veneráveis irmãos, a obra que nos foi confiada nada mais pretender do que a todos formar em Jesus Cristo. Trata-se da mesma missão que Paulo atestava ter recebido: «Filhinhos meus, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós» (Gl 4,19). Ora, como havemos de cumprir semelhante dever, se não estivermos primeiramente «revestidos de Cristo» (Gl 3,27)? E revestidos a ponto de podermos dizer: «Para mim, o viver é Cristo» (Fl 1,21).


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