segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quem são os Anjos?




  O Catecismo da Igreja diz que: "Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus" (§ 336). Mas quem são os Anjos?
A palavra anjo, do latim “ângelus”, quer dizer mensageiro.
Os anjos são servidores e mensageiros de Deus, como diz o salmista: "poderosos executores da sua palavra, obedientes ao som da sua palavra" (Sl 103,20).
Jesus disse que os anjos dos pequeninos contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10), e a Igreja viu aí uma alusão ao Anjo da Guarda, guardião do corpo e da alma dos homens, cuja Festa celebra liturgicamente no dia 2 de outubro, desde o século XVI, universalizada pelo papa Paulo V, depois que Leão X, em 1508, aprovou o ofício composto por João Colombi.
Os anjos são criaturas puramente espirituais, dotadas de inteligência e de vontade; são criaturas pessoais e imortais. “Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados.”(Lc 20,36). Eles superam em perfeição todas as criaturas visíveis, como dá testemunho o fulgor de sua glória:” Seu corpo era como o crisólito; seu rosto brilhava como o relâmpago, seus olhos, como tochas ardentes, seus braços e pés tinham o aspecto do bronze polido e sua voz ressoava como o rumor de uma multidão” (Dan 10,6).
O Papa Pio XII, na Encíclica Humani Generis, de 12.08.1950, deixa claro que os anjos são seres pessoais. A mesma afirmação fez o papa Paulo VI na sua Profissão de Fé, no Credo do Povo de Deus, em 30.06.1968.
A Igreja conhece o nome de três Arcanjos, e a Liturgia celebra no dia 29 de setembro a Festa a eles: S. Miguel, S. Gabriel e S.Rafael, e lembra ao mesmo tempo todos os coros angélicos.
No Apocalipse São Miguel e seus anjos são mostrados como defensores do povo de Deus.
"Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram." (Ap 12, 7).
Os anjos estão presentes na história da humanidade desde a criação do mundo (cf. Jó 38,7); são eles que fecham o paraíso terrestre (Gn 3, 24); protegem Lot (Gen 19); salvam Agar e seu filho (Gen 21,17); seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (Gen 22,11); a Lei é comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (At 7,53); são eles que conduzem o povo de Deus (Ex 23, 20-23); eles anunciam nascimentos célebres (Jz 13); indicam vocações importantes (Jz 6, 11-24; Is 6,6); são eles que assistem aos profetas (1 Rs 19,5). Foi um anjo que anunciou a Gedeão que devia salvar o seu povo; um anjo anunciou o nascimento de Sansão (Jz 13); o anjo Gabriel instruiu a Daniel (8,16), ainda que aqui não seja chamado de anjo, mas "o homem Gabriel" (9,21). Este mesmo espírito celestial anunciou o nascimento de São João Batista e a encarnação de Jesus; os anjos anunciaram a mensagem aos pastores (Lc 2,9), e a missão mais gloriosa de todas, a de fortalecer o Rei dos Anjos em sua Agonia no Horto das Oliveiras (Lc 22, 43).
Nos Evangelhos eles aparecem na infância de Jesus, nas tentações do deserto, na consolação do Getsêmani; são testemunhas da Ressurreição do Senhor, assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos, enfim... prepararão o Juízo Final e separarão os bons dos maus.
Toda a vida de Jesus foi cercada da adoração e do serviço dos Anjos. Desde a Encarnação até a Ascensão eles o acompanharam. A Sagrada Escritura diz que quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo, diz: "Adorem-no todos os Anjos de Deus" (Hb 1, 6). Alguns teólogos acham que isto motivou a queda dos anjos maus, por não aceitarem adorar a Deus Encarnado na forma humana.
No Apocalipse os Anjos aparecem como ministros da liturgia celeste, oferecendo a Deus a oração dos justos, e talvez seja esta a sua mais bela missão.
"Na minha visão ouvi também ao redor do trono, dos animais e dos anciãos, a voz de muitos anjos, e número de miríades de miríades e de milhares de milhares bradando em alta voz: "Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor" (Ap 5, 11).
"Eu vi os sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram lhes dadas sete trombetas. Adiantou-se outro anjo, e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está diante do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus". (Ap 8,2-5).
Em toda a Bíblia encontramos muitas vezes que cada alma tem seu anjo guardião. Abraão, ao enviar seu servo para buscar uma esposa para Isaac, lhe diz:
"Ele enviará seu anjo diante de ti" (Gen 24, 7).
As palavras do Salmo 90, que o demônio citou para Jesus na tentação do deserto (Mt 4, 6) são bem conhecidas, e Judite relata seu êxito heróico dizendo: "Viva o Senhor, cujo anjo foi o meu guardião" (Jd 13, 20).
Estas passagens e muitas outras parecidas (Gen, 16, 6-32; Os, 12, 4; 1Re 19, 5; At 12, 7; Sl 33, 8), são reforçadas com as palavras do Senhor: "Guardai de menosprezar a um desses pequeninos, porque lhes digo que seus anjos, no céu, vêm continuamente o rosto de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10).
A Bíblia não só representa os anjos como nossos guardiães, mas também como nossos intercessores. O anjo Rafael diz:
"Ofereci orações ao Senhor por ti" (Tob 12, 12).
"A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus." (Ap 8,4). 


Autor: Prof. Felipe Aquino
Publicação original: 17 de Julho de 2007
Extraído de www.cleofas.com.br

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